Cresci com o falso conceito de ser uma pessoa desastrada e por muitos anos acreditei que não tinha destreza ou habilidades manuais. Este pensamento, por mais que pareça pequeno, insignificante, ampliou-se para outras partes de minha vida. Por mais que me sentisse atraída por atividades manuais, o pensamento inibia-me e impedia de procurar realizá-las.
Entretanto, ao fazer minha escolha profissional, não levei em consideração as dificuldades que pensava ter e, ao ingressar como estudante de odontologia, aquele pensamento, que no fundo dizia-me não ser capaz de superar as dificuldades, voltou-me à mente. Foi com muito esforço e empenho que desenvolvi habilidades motoras e, para minha surpresa, observei que eu não era a única a necessitar deste empenho, deste esforço.
Esta recordação simples de uma parte tão importante da minha vida profissional é, para mim, um exemplo de que podemos ter crenças a nosso respeito que não correspondem à realidade. Mas podemos também possuir características mentais e morais que nos fazem repetir experiências tristes que nos afastam dos objetivos de evolução, de sermos melhores e mais íntegros conforme o pensamento de Deus para o Ser Humano.
Há alguns anos tenho experimentado uma vida diferente da que costumava apresentar; mais serena, reflexiva, buscando os recursos para agir sem impulso, segura de saber como e porque atuar, bastante diferente da jovem que fui. Experimentar essas novas características conscientemente, podendo escolher a melhor forma de agir em cada situação, é um trabalho de todos os dias, realizado com muito esforço.
A Logosofia ensina que o homem é o único ser da criação capaz de realizar mudanças por determinação própria. É capaz de modificar, por vontade própria, características mentais e morais, alterar sua herança individual e seu destino. Tenho compreendido que esta prerrogativa, que compete exclusivamente ao ser humano, não pode ser ignorada ou desaproveitada, e que devo empenhar minhas melhores energias na realização dessas mudanças. Este estudo me tem ensinado que é possível observar, identificar e atuar nas causas dos problemas e que, modificando-as, é possível obter também resultados melhores e mais felizes. É, de fato, um conhecimento libertador poder reconhecer como iniciar um processo de transformação interna que reflete na vida sob a forma de resultados positivos, na medida do merecimento e do esforço individuais.
