Em certa manhã ensolarada, um amigo de longa data relatou, animadamente, este fato:
Identifico os pássaros através da sombra formada no chão refletida pela luz solar, e conheço muitas espécies…
Andorinhas, gaviões, canários, pombas são comuns na região, e, com autoridade, esse meu amigo acerta quase 100% das imagens formadas.
A observação constante da natureza é um hábito simples e salutar que meu amigo diz carregar, tendo por predileções, desde a infância, visitas às fazendas e aos campos ao redor da cidade.
Do meu local de estudo, observo com frequência o céu. Moro no terceiro andar de um condomínio e sempre aprecio os campos, ao longe, no horizonte.
Recentemente, lendo sobre os pensamentos e o sistema mental, recordei o relato deste amigo e detive-me no seguinte ensinamento da Logosofia: “Faça da observação um hábito; só assim poderá ela adquirir eficácia.”
Para se conquistar habilidades, há que exercitar a observação, repetir e registrar, na memória e no coração, as imagens e experiências, delas extraindo ensinamentos.
Procuro ter a mente adestrada, organizada e noto, no meu mundo interno, uma série de pensamentos que, à semelhança dos pássaros, alçam voos frequentemente.
Qual deve ser a minha posição: a de espectador ou a de ator? Como devo proceder? Quais os conhecimentos que possuo para reconhecer os pensamentos?
Abrigamos variadas espécies de pensamentos no ambiente interno, como os de coloridas plumagens — teimosia, ira, impaciência, medo. Muitos dos quais são autônomos, enquanto outros são dependentes da vontade, ambos alçando voos diariamente em nossas mentes.
Assim sendo, é preciso identificar, classificar e selecionar os pensamentos num propósito de bem.
Dominar, portanto, o próprio campo mental é sair das limitações comuns e reconhecer os voadouros que a vida apresenta rotineiramente. Não são necessárias gaiolas, mas sim, dar liberdade aos pássaros mentais de forma inteligente e segura, orientado pelo método logosófico.