Desde que a Logosofia começou a difundir seus ensinamentos, expressou repetidas vezes que se impunha aos homens uma mudança substancial do seu sistema de vida.

Tem ensinado como o ser humano pode evoluir conscientemente, com base na experimentação de uma série de processos que se devem operar internamente, acusando, depois do cumprimento de cada um deles, um melhoramento, uma capacitação e um aperfeiçoamento visível e palpável, ao confrontar o estado de evolução alcançado com o anterior.

A humanidade tem vivido à mercê de um destino incerto, cheio de inquietudes e tormentos. Daí que os grandes problemas tenham ficado sem solução, e as diferenças entre os povos não se tenham podido resolver pacificamente. Os homens, por falta de evolução, somente atinam com o recurso extremo das armas para impor seus pontos de vista ou transpor dificuldades que, conforme se tem visto, são insuperáveis por outros meios.

É hora de a humanidade reagir ante o fracasso de seus sistemas de vida e se dispor, com o ânimo livre de pré-juízos, à árdua, porém sublime tarefa de conquistar, palmo a palmo, esse mundo de maravilhas que a ignorância mantém oculto aos olhos do gênero humano; esse mundo, que somente é possível conquistar pelo conhecimento de suas leis e a vinculação mais íntima que se possa alcançar com a sabedoria que transcende de cada partícula dele, para evidenciar-nos o ordenamento de sua perfeita criação.

Sustentamos, pois, a necessidade imprescindível de que o homem reflita a tempo sobre as possíveis consequências de seu desenfreio e dirija suas vistas para objetivos mais elevados, construindo para si uma nova individualidade com base numa organização plena de suas faculdades internas, que propicie uma superação gradual e efetiva, balanceando suas possibilidades, cada dia mais amplas, com o entesouramento de conhecimentos que fundamentem a obra construtiva consumada em seu próprio espírito.

A evolução consciente é e deve ser para todas as épocas o grande anseio da alma humana. Nada como a luz no entendimento para afugentar as sombras da ignorância, que mantém o homem às escuras a respeito do superior destino que deve alcançar se, com seu esforço, cria o mérito de sua própria emancipação moral.

Extraído de Coletânea da Revista Logosofia – Tomo 5, p.275

Coletânea da Revista Logosofia – Tomo V

Coletânea da Revista Logosofia – Tomo V

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Carlos Bernardo González Pecotche, também conhecido pelo pseudônimo Raumsol, foi um pensador e humanista argentino, criador da Fundação Logosófica e da Logosofia, ciência por ela difundida. Nasceu em Buenos Aires, em 11 de agosto de 1901 e faleceu em 4 de abril de 1963. Autor de uma vasta bibliografia, pronunciou também inúmeras conferências e aulas. Demonstra sua técnica pedagógica excepcional por meio do método original da Logosofia, que ensina a desvendar os grandes enigmas da vida humana e universal. O legado de sua obra abre o caminho para uma nova cultura e o advento de uma nova civilização que ele denominou “civilização do espírito”.