O que há de mais importante do que a educação de nossos filhos? Não é essa uma atividade que nos torna pessoas melhores, mais capazes para deixar ao outro bons exemplos de vida?

Quando penso na educação que quero dar aos meus filhos, projeto em minha mente como eles serão daqui a alguns anos. Homens de bem, felizes, capazes de reconhecer suas próprias virtudes e defeitos, capazes de amar e de fazer o bem àqueles com os quais convivam.

O que tenho feito para que as minhas aspirações se concretizem?

Desde que eram pequenos, sempre utilizei a explicação como um recurso para educar meus filhos. Por meio delas, eu procurava, e ainda hoje procuro, transmitir valores e conceitos que considero fundamentais para a formação de suas bases morais, mentais e sensíveis.

Passados já alguns anos nesta nobre tarefa de ser mãe, comprovo a realidade do valor das explicações, observando como esta prática favorece o desenvolvimento de suas faculdades mentais. Hoje, um jovem e o outro um adolescente, percebo-os fazendo uso daquilo que lhes foi ensinado e transmitido.

Compreendo as explicações também como um grande recurso de correção. Não apenas aquela que serve para um momento específico, mas sim uma correção mais ampla, que amplia o entendimento e constrói algo para a vida.

Recordo-me de uma vivência que tive com um dos meus filhos em que experimentei a grande força dos conceitos e das explicações. Ele estava vivendo um conflito e não sabia como se comportar diante daquela situação. Com muito afeto e serenidade, conversei com ele sobre valores como a valentia, para que, em primeiro lugar, ele pudesse enfrentar aquela situação. Também falei sobre a generosidade, para que procurasse se colocar no lugar do outro; sobre a contenção, para saber escolher as palavras certas, no momento oportuno; sobre a tolerância, para não reagir frente aos primeiros incômodos; e a perseverança, para tentar novamente, caso não desse certo na primeira vez.

Foi grande e elevada a nossa conversa. Percebi que, naquele momento, estava plantando sementes que, certamente, germinariam ao longo de sua vida, levando a ele elementos que venho, com muito esforço, também praticando.

Aquela conversa abriu caminho para muitas outras. Observo em meu filho esforços para continuar cultivando esses valores a cada nova situação, a cada novo desafio.

Venho aprendendo que a força do exemplo fortalece as explicações e cria um elo de confiança. Sei que meu filho observa os esforços que faço para também cultivar esses valores. Quando o que ensinamos é observado e sentido, alcança os olhos do entendimento e chega até o coração!

Educar para a vida não é tarefa fácil nem simples. Temos que ter paciência e constância em nossos propósitos, não agindo com pressa ou querendo resultados imediatos, mas sim valorizando cada conquista.

Educar, com a certeza de que se está cumprindo um bem maior, de profunda transcendência, é a tarefa mais linda e grata que quero para mim!


“Nirvana Motta Arantes, docente do Colégio Logosófico Unidade Cidade Nova, nasceu em Belo Horizonte, e estudou e formou-se também em Fonoaudiologia no Rio de Janeiro. É casada e tem dois filhos. É estudante de Logosofia e colaboradora na Sede Cidade Nova, em Belo Horizonte, desde novembro de 2014”