Sempre ouço falar que o amor de mãe é o mais puro e incondicional que existe.
De fato eu consigo experimentar, no mais profundo do meu ser, um grande amor pelos meus filhos. Mas será que nos momentos desafiadores com eles, especialmente quando os seus comportamentos não me estão agradando, esse amor está realmente limpo de irritação e totalmente condicionado a uma boa conduta? Estas reflexões foram importantes para eu me conhecer melhor e saber como agir com eles.
Meu marido viajou a trabalho por quase 30 dias, vivi intensamente uma nova realidade. Programei como eu iria adaptar-me àquela situação, previ que o principal desafio seria à noite, que é o horário em que eu fico mais cansada e em que os meus filhos, que estavam com quatro e dois anos, na época, queriam brincar, fazer bagunça, menos jantar, tomar banho e dormir.
No início, eu fiquei muito apreensiva e nervosa e acabava excedendo-me na correção, com atitudes firmes e sem doçura. E quanto mais eu ficava assim, mais meus filhos ficavam agitados e desobedientes. Eu ia dormir muito aborrecida e incomodada com os acontecimentos.
Eu venho aprendendo com a Logosofia que para que eu consiga preservar os meus sentimentos de qualquer perturbação estranha, é imprescindível que eu saiba equilibrar o funcionamento dos meus sistemas mental e sensível. Visto que o sistema mental é constituído por várias faculdades mentais, eu colocava-me em condições de entender e raciocinar sobre o momento em que estávamos vivendo, e a faculdade de amar, uma das faculdades do sistema sensível, colocava em evidência o amor nobre e puro que sinto por meus filhos.
Percebi que uma correção afetuosa, provém de uma mente limpa de pensamentos de impaciência, de intolerância e de rigidez. Estou conhecendo melhor a minha realidade interna, observo as minhas dificuldades, quando esses pensamentos atuam, e como os enfraquecer e até os combater.
Entendo que é também importante conhecer a realidade da criança, que a sua razão está em desenvolvimento, que elas assim se portam por imaturidade e atuação de pensamentos.
Buscando esse equilíbrio, eu fui conseguindo suavizar essas reações, ter mais paciência e deixar todo o amor que eu sinto pelos meus filhos manifestar-se de forma mais pura e incondicional, mesmo naqueles momentos difíceis. Em contrapartida, eles foram acalmando-se e aquelas noites passaram de forma mais suave.
Trata-se de uma passagem simples, mas de muito valor para a minha relação comigo mesma e para o meu processo de vinculação com os meus filhos.