Passando pela rua, um senhor foi abordado por uma jornalista que lhe perguntou subitamente:

— Quem dá a última palavra na sua casa?

— Sou eu.

— Mas, por quê?

— Ora! Porque sou o homem…

Você, mulher, como se sente ao ouvir uma afirmação como essa? Que tipos de reações ela provoca em você?

Terá ele refletido alguma vez sobre o que manifestou? Como se sentiria sua esposa ao ouvir tamanho absurdo?

E nós homens, como reagimos a uma fala como essa? Teremos a mesma posição dele?

Quando mais jovem, era comum os amigos me desestimularem para o casamento. As observações que tinham da convivência de seus familiares talvez não fossem as mais felizes, o que provavelmente os impeliam a esse comportamento.

Ouvia mesmo dizer que o casamento estava em decadência…

Com meus estudos logosóficos, venho aprendendo que não é o casamento que está em decadência, mas sim nós, seres humanos. Penso que não refletimos sobre a nossa herança cultural. Ao desconhecermos nossa realidade mental, sensível, espiritual e os objetivos superiores da vida, nós nos deixamos levar por uma série de trivialidades e fantasias que não se relacionam com uma vida superior.

Tornou-se comum abdicar-se da maravilhosa experiência da convivência conjugal, a qual nos permite aprender um com o outro a construir uma família, a construir a vida, buscando no outro aquela parte que nos falta. O casamento é uma maravilhosa construção a dois!

Estudando e conhecendo meu mundo interno, os meus pensamentos e sentimentos, as minhas qualidades e virtudes, como também meus defeitos, mais se ampliou meu entendimento sobre a vida e sobre esta construção que é o casamento. Passei a ser mais tolerante, mais compreensivo, mais sereno, mais paciente; passei a respeitar de fato a posição de minha esposa e, com isso, meu amor por ela tem se solidificado cada dia mais.

Vivemos momentos de diferenças de opiniões, de atitudes que me causam reações negativas, mas também muitos momentos de carinho, afeto, compreensão, respeito, tolerância e conciliação. Tenho procurado me completar no meu casamento, completar-me como ser humano, aprendendo com minha esposa e companheira a observar as qualidades que ela tem.

O amor cultivado de forma consciente, fazendo da experiência conjugal um motivo de aperfeiçoamento, de superação, de aprendizado, tem me oferecido a oportunidade de conciliar as diferenças existentes.

Hoje compreendo a vida como uma oportunidade divina. Praticando aquelas virtudes que mencionei acima, tenho vivido uma experiência conjugal com mais dignidade, maior respeito, amor e a confirmação de que o casamento é, sim, um pensamento divino.

Com minhas reflexões, concluí que quem de fato dá a última palavra em minha casa é… a conciliação.