Pensar, observar, entender, refletir, recordar, intuir, imaginar, razoar são algumas das faculdades que, ligadas entre si, formam o conjunto que a Logosofia chama de inteligência. E é ela, a inteligência que, no momento exato, aciona a faculdade que deve atuar em cada circunstância. A inteligência nutre a consciência com conhecimentos transcendentes para atender a evolução do ser.
Assim que iniciei meu processo de evolução consciente, passei a caminhar para a conquista de espaço e tempo para minhas atividades físicas, psicológicas e espirituais e estou sempre me esforçando para ter o domínio sobre os pensamentos que estão em minha mente e, também, para usar, com mais intensidade e frequência, as faculdades de minha inteligência, como, por exemplo, as faculdades de recordar e de observar.
A faculdade de recordar me dá a consciência daquilo que tenho vivido, valorizando as vivências e a oportunidade de utilizá-las no meu processo de superação que me leva a ser melhor a cada dia. Recordar é viver! Entendo que, quando não recordo o que vivi, é como se eu não tivesse vivido e depois, quando quero recordar algo, é uma trabalheira, uma dor de cabeça, me faz perder muito tempo. E, também tenho percebido que, com frequência, a recordação chega fora de tempo, não servindo mais como elemento para favorecer a minha evolução.
A vida deve ter uma continuidade, portanto, devo recordar os valores permanentes conquistados, por exemplo, a redução dos efeitos do pensamento de impaciência, que consome energia, substituindo-o pelo de paciência inteligente, sabendo administrar o tempo, distribuindo-o inteligentemente entre as tarefas a realizar e, também, a redução dos efeitos do pensamento de intolerância, que fecha os caminhos de acesso ao meu interno, substituindo-o pelo pensamento de tolerância, indispensável à convivência harmônica. Esses dois pensamentos se apoiam no respeito e na consideração ao proceder alheio.
Já a faculdade de observar exige que eu me prepare antes de movimentá-la. Esse preparo inclui algumas questões como, o que observar, para que quero observar e o que vou fazer com o resultado dessa observação. Ao responder essas questões, o ato de observar passa a ser conscientemente realizado.
Ao fazer com que minhas atividades diárias sejam conduzidas por pensamentos e sentimentos superiores que, com os estudos logosóficos, aprendi a aplicar no meu dia a dia, a minha vida passou a ter a tranquilidade, serenidade e alegria que sempre sonhei possuir.
A atuação da faculdade de observar é exatamente isso: revelar de imediato a realidade do vivido e possibilitar reproduzir fielmente em nossa mente os fatos observados. Tenho usado minha faculdade de observar durante os meus estudos e os resultados têm sido excelentes, pois ela vigia os meus movimentos internos, as minhas reações, as oscilações do meu temperamento, a impaciência me apressando e a minha intolerância não aceitando nenhum erro.
González Pecotche, criador da ciência logosófica, ensina que
O ensinamento logosófico tem uma virtude imponderável: libera e freia. Assim, libera tudo que estava oprimido, todo o bom que ali estava escondido, oprimido pela ignorância; e freia os ímpetos, as ligeirezas e todo outro movimento que afeta a sensibilidade de espírito.
Através da faculdade de observar suavizei um fato que me intrigava. Sempre que queria algo e não conseguia, era difícil entender por que eu não alcançava aquilo que eu queria.
Compreendi, então, que a inteligência teria que mobilizar a faculdade de observar para captar cada movimento interno relacionado com esse querer. Pensando, analisando e aprofundando os dados apresentados pela faculdade de observar, verifiquei que a causa estava na falta de um preparo melhor para saber o que envolve esse querer. Descobri que eu não estava querendo de fato. Era um querer para atender a vontade de um pensamento e não estava querendo algo para atender a minha vontade e que perdurasse, que fosse duradouro e que tivesse a participação da minha sensibilidade.
Esse é um fato simples no qual houve a atuação consciente da faculdade de observar que trouxe como resultado os elementos necessários para chegar ao porquê, à causa, ajudando-me a selecionar melhor o meu querer.