A Palingenesia
Há vida após a morte? Quem não gostaria de poder voltar à vida? Podemos renascer?
Talvez um dos temas que mais intrigam a humanidade é trazido à luz pela Logosofia de uma maneira simples e totalmente alcançável. Podemos renascer!
Palingenesia é um termo que provém das raízes gregas palin — novamente, outra vez; e génesis — origem, nascimento. Assim, palingenesia significa “nascer novamente”. Ela é possível pois o homem possui duas naturezas: uma física — ligada às nossas questões biológicas; outra espiritual — ligada à nossa consciência e evolução. No primeiro nascimento, o físico, todas as atividades biológicas começam a ocorrer e assim prosseguem até o momento da morte física. Isto corresponde ao único nascimento que a maioria dos seres vai experimentar.
Um segundo nascimento é possível: o da vida espiritual. Ele ocorre quando despertamos nossa consciência para além dos conhecimentos comuns. Este é um dos resultados do Processo de Evolução Consciente. Vejam como é apresentado neste diálogo do personagem Ebel de Sándara com seu interloculor no livro “O Senhor de Sándara”:
Ebel: […] vou me limitar a um ponto que, além de seu imediato interesse, se acha também mais próximo de nossas possibilidades; é aquele que concerne ao abandono que o homem pode fazer de uma vida durante o período de sua existência na terra, para renascer em outra eminentemente superior.
— Como pode acontecer tal coisa sem antes haver morrido? — objetou a mesma pessoa. — Teríamos que atribuir isto a um milagre…
Ebel: — Certamente, não se trata de nenhum milagre. Os milagres são contrários à realidade, sendo por isso impossível para mim não deixar de rechaçá-los. Uma vida pode ser trocada por outra, bastando apenas querer. O homem que, por própria vontade, se desprende de seus velhos e desgastados hábitos, tecidos com preconceitos ou intenções oblíquas, mesquinhas, fechadas a todo discernimento; o homem que se despe de vestes tão embaraçosas para adotar os valiosos e indestrutíveis trajes de uma concepção superior que transforme fundamentalmente seu modo de ser e, portanto, seu ser mesmo, este homem acaso não abandona a vida que estava vivendo para renascer em outra? Temos também aquele que suporta, ao longo de sua existência, períodos críticos, de pesares e sofrimentos. Dificilmente ele descobrirá como avançar até a felicidade; entretanto, se conseguir isso, não se sentirá renascer em outra vida, tal a sensação de alívio proporcionada pela mudança?… Vemos, então, que as mutações propícias à evolução espiritual do homem, seus passos metódicos em busca de estados mais elevados de consciência, implicam breves mas positivas supervivências, que o ser experimenta dentro de sua presente existência. Isso é tão real que, depois de algum tempo, custa recordar as formas anteriores de ser e de pensar, e até se torna impossível voltar a elas. O homem, valendo-se de seu espírito, pode mudar os estados de sua consciência, o que implica, tacitamente, trocar uma vida por outra de maior hierarquia moral e espiritual. […]
Abandona-se uma antiga vida, voltada somente à realidade material, por outra, mais consciente e com fins mais elevados. Não digo isto para que achem que é possível viver sem trabalhar ou sem se alimentar. Pelo contrário, nada de fundamental para a vida física deixa de ser feito, mas passa a ser feito sempre tendo como prioridade a vida gerada pelo segundo nascimento. Para melhor compreensão, sugiro a leitura do artigo: Palingenesia – O Renascer na Própria Vida, do estudante Sydnei Rocha.
Estamos até aqui falando das possibilidades ainda durante nossa vida física, mas e após o apagar desta? Realmente tudo acabou? Neste artigo: Da Morte para a Vida, do estudante Jorge Moraes, ao observar um ser querido que havia morrido, fez a profunda reflexão: “será que a vida significa simplesmente nascer, crescer, trabalhar, ganhar dinheiro, casar e aguardar o fúnebre momento de colher lágrimas dos seres queridos que orbitam o cenário que agora observo?”
Aproveito para acrescentar: desta vida, levamos tudo para o caixão ou para as cinzas? O que podemos deixar da nossa vida na vida dos outros? Não pode ser somente lágrimas! Enriquecendo as reflexões sobre os limites da nossa vida, apresento o vídeo abaixo, do estudante Jarbas Mattos: