Carol sempre foi uma criança inquieta, cheia de perguntas para todos:
– Por que o céu ficou vermelho? Por que as pessoas morrem? Como o mar nunca se cansa?
O hábito de fazer perguntas acompanhou o seu crescimento e, não à toa, decidiu se tornar uma cientista da natureza. Biologia foi o curso escolhido por ela na Universidade. Agora, sim, encontraria todas as respostas que procurava!
De férias, observando o mar, num fim de tarde, em uma das belas praias da Bahia, que são por si só uma inspiração para qualquer alma sensível, tal como os pintores, Carol se dispôs a analisar os variados detalhes presentes naquela fotografia à sua frente, que se apresentava ao observar o mar.
– Por que você nunca para? Por que está sempre em movimento? A que leis do Universo você obedece? Qual sua relação com a Lua? Por que ela te atrai tanto que define o volume de suas águas? Vocês namoram? Por que é tão receptivo com algumas pessoas e tão traiçoeiro com outras? Seria o mar o Universo em miniatura?
Carol nunca encontrou todas as respostas que falassem sobre os mistérios do mar. Mas foi presenteada com algumas.
Numa noite, em sonho, o mar lhe confidenciou:
– Estou sempre em movimento, tal como a natureza está! Renovo minhas águas, como as árvores renovam suas folhas. Não paro nunca! Se o fizesse, me tornaria salinizado, um mar-morto, no qual seria impossível haver qualquer tipo de vida. Que triste seria o meu existir sem vida! Não me agrada a morte, prefiro a vida, por isso não me canso de movimentar!
Sobre a lua, confessou seu amor:
– Sinto-me atraído pela imensidão do Universo e pelo brilho da Lua. A atração dessa senhora do céu influencia tudo o que, na natureza, há. Comigo não seria diferente; com você, não é diferente!
Aprenda a ver-se como parte do Universo e entenderá muito mais sobre seus mistérios! Ao observar a natureza, por exemplo, verá que está sempre em atividade, respeitando seus ciclos, renovando a vida! Não pare de se movimentar e terá energia e vida! A inércia, ao contrário, traz prostração, tristeza e morte.