Você já observou a incrível capacidade das plantas de se movimentarem em direção a uma fonte de luz?

Certa vez, realizei um experimento de biologia com o objetivo de observar a grande adaptabilidade dos seres vivos. Plantei uma semente de feijão e a coloquei dentro de uma caixa de sapato com apenas um furo que permitia a entrada de luz. Além da quase completa escuridão, coloquei alguns obstáculos no interior da caixa, dificultando ainda mais o seu crescimento.

Registrei, durante algumas semanas, o que acontecia. À medida que crescia, a semente se movimentava em direção à luz e, lentamente, se desviava daqueles obstáculos que a princípio pareciam insuperáveis. E quanto mais próxima à luz, com mais vigor se desenvolvia.

O que aconteceria se as plantas não fossem capazes de se movimentar naturalmente em direção à luz, buscando a energia de que precisam para desenvolver e superar obstáculos? Bem, certamente elas não absorveriam energia luminosa e, consequentemente, morreriam.

Ao observar esse processo da natureza, refleti sobre as seguintes questões: sou dono da minha própria vida? Necessito também de luz e conhecimentos para superar os obstáculos que impedem o meu crescimento como ser humano?

Se a resposta é positiva, de quais conhecimentos necessito para tomar as melhores decisões para minha vida?

E por que em alguns momentos, mesmo sabendo qual caminho devo seguir, sou dominado pela inércia ou, até mesmo, acabo indo na contramão do meu propósito? Por que, diante de obstáculos, desisto facilmente dos grandes planos que criei em minha mente?

Buscando ser dono de minha vida

Essas reflexões levaram-me à resposta de que eu ainda não sou o dono de mim mesmo! Quero ser um filho melhor, dedicar-me mais aos estudos, conviver em harmonia com meus semelhantes, porém nem sempre caminho rumo à conquista desses objetivos.

Comecei a compreender as causas dessas contradições quando a realidade dos pensamentos foi apresentada a mim pela Logosofia. Como entidades psicológicas autônomas, os pensamentos podem ser bem mais fortes que minha vontade e, por esse motivo, devo realizar uma rigorosa seleção desses agentes internos em minha mente. Conhecendo os pensamentos que atuam em minha realidade interna, serei capaz de eliminar aqueles que me afastam dos mais belos propósitos.

Há alguns meses, recebi a tarefa de elaborar um trabalho sobre uma matéria de que gosto bastante. Como havia um longo prazo para a execução e entrega, fui levado pelos pensamentos de negligência, indolência, indisciplina, adiando a sua realização. Depois de desperdiçar quase todo o tempo disponível, fiz o trabalho às pressas, sem atentar a todas as especificações. O resultado não foi nada feliz

Experimentei um profundo desgosto pelo que havia acabado de fazer. Estava desapontado comigo mesmo. Entreguei o trabalho, mas internamente fui consumido pelo arrependimento de ter sido dominado pelos pensamentos.

O conhecimento sobre a realidade dos pensamentos fez com que eu identificasse, após essa experiência, que não estava governando minha vida: eu estava sendo governado! A partir desta comprovação, pude redirecionar meus esforços, fazendo uso dos conhecimentos sobre os pensamentos e, assim como aquela pequena planta fazia a cada obstáculo que encontrava, tenho buscado no conhecimento de mim mesmo os estímulos para minha superação.

Identifiquei no desgosto e no descontentamento experimentados que algo estava errado. Essas sensações desagradáveis que experimentamos ao não ter o controle de nós mesmos são claras evidências de que devo ser o condutor de minha própria vida.

Desse modo, se estou no caminho certo, cultivando pensamentos úteis, quanta alegria sinto! Mas, se não estou no caminho que possibilitará o êxito em meus objetivos, tenho feito o exercício de observar quais são os pensamentos que eu devo eliminar e quais aqueles que devo cultivar em minha mente para direcionar minhas atitudes para o rumo correto.

Tem sido muito feliz a prática desse exercício: enxergar em cada experiência um convite a descobrir dentro de mim mesmo o que pode ou não ser útil para a conquista das minhas maiores aspirações.

A planta encontra, em direção à luz, a possibilidade de superar os obstáculos que impedem seu crescimento e sua sobrevivência. À semelhança desse processo, tenho aprendido a seguir decididamente rumo à luz do conhecimento de mim mesmo, onde poderei ser capaz de me aperfeiçoar e ser o verdadeiro dono de minha vida.