Já vimos que Raumsol ensina sobre a realidade de que as deficiências psicológicas são feras mentais que devoram pensamentos e projetos úteis e que podem procriar e adquirir vida ativa na mente. Sabemos também que existe um método para superar essas deficiências da psicologia humana e que devemos, se quisermos ser pessoas melhores, exercitar a atenção e a observação interna para então iniciar um processo consciente de identificar e substituir os pensamentos “feras” (os inimigos) por pensamentos bons (os eficientes) que, ao final do processo, se somarão ao caráter na condição de virtudes.
Ao longo dos conteúdos nos detivemos muito ao assunto das deficiências psicológicas. No entanto, é importante perceber que o método de Raumsol ensina sobre uma evolução consciente e integral do ser humano. Segundo o autor, o trabalho com as deficiências é um dos mais basilares na busca pelo conhecimento de si mesmo, mas não é possível deter-se aí. A revisão de conceitos, o estudo sobre os sentimentos, buscar conhecer sobre as Leis Universais, entre muitos outros temas, são alguns dos passos nesse labor.
Buscando otimizar o esforço na identificação, classificação, enfrentamento e neutralização das deficiências psicológicas, apresentarei logo abaixo alguns passos que dei juntamente com algumas perguntas que me fiz com o propósito de projetar pontes para a construção de novas virtudes:
Esse “passo a passo” funcionou muito bem para mim e, quem sabe, possa também auxiliar você nesse processo de conhecer a si mesmo. Fique à vontade para realizar mais perguntas nesse passo a passo. Aliás, é importante que as faça, sempre lembrando que o método é adaptável a cada psicologia.
Se cheguei até aqui nesse processo de evolução de forma consciente, a próxima pergunta que devo fazer é a seguinte: na oportunidade que tive de atuar com a antideficiência, fui assertivo? Tive sucesso? Se não tive, devo recomeçar o processo pela primeira pergunta. Mas, se tive sucesso, devo anotar a experiência e os resultados, sem deixar de registrar o que senti ao longo do “caminho” percorrido. Então, repetir a experiência tantas vezes que puder, reforçando os estímulos positivos por meio da anotação e, sempre que necessário, fazendo ajustes na estratégia a fim de aprimorá-la. Quando esse movimento já for “automático”, é sinal de que obtive avanços com essa deficiência e que já posso realizar o movimento com outra, preferencialmente uma daquelas classificadas como “dominantes maiores”.
Aquele que se dedica ao aperfeiçoamento da prática de superar a si mesmo, todos os dias, pode carregar consigo a certeza de que está no caminho certo da construção de um mundo melhor a partir de si mesmo. Afinal, já sabemos: o exemplo positivo é capaz de criar ao redor do ser um círculo virtuoso que, por sua vez, estenderá o bem a todos aqueles com quem o ser convive, e estes terão também a oportunidade de corresponder ao bem recebido — agora em uma escala exponencial, até que atinja toda a humanidade.
Pensar sobre as consequências desta prática positiva é, com certeza, um primeiro passo importante para a construção de uma estratégia eficiente na luta pela superação de si mesmo.