O que não falta no mundo é gente dando conselhos que não sabemos em que conceitos se baseiam. Não faça isso, é melhor fazer aquilo, melhore isso, a vida deve ser vivida assim, e por aí vai.
Recebi importantes conselhos de meus pais, com muitos elementos morais e éticos para conduzir minha vida. Eu sempre gostei muito dos conceitos que fundamentavam as manifestações sutis dos conselhos de minhas avós, principalmente, da minha avó materna que reunia a criançada, nos dias chuvosos, para contar histórias e no meio delas vinham os conselhos e, como formávamos um grupo grande, muitos deles eram baseados em conceitos sobre a conduta: como nos comportar, a confiança, o afeto e o respeito principalmente pelos mais velhos. Esses momentos vividos com muita alegria fazem parte de minhas gratas recordações e estão impressos na minha consciência.
Os anos se passaram e penso que, por estar seguindo o exemplo que vem de casa e os conceitos sobre a formação de uma família, que estavam na minha consciência, casei-me e junto com minha esposa formamos nossa família. Vieram os filhos e iniciamos todo o processo de transmitir nossos conceitos, sobretudo os relacionados com a vida, com a conduta, com fazer o bem, com a felicidade, enfim, aqueles mesmos que havíamos recebido dos nossos pais e avós, que por sua vez, haviam recebido dos deles.
Ao iniciar os estudos logosóficos que passaram a orientar a minha vida, tomei contato com os elevados conceitos com os quais González Pecotche fundamenta sua ciência, a Logosofía. Eu os fui incorporando à minha consciência e fui estudando uma forma de fazer um trabalho interno para rever, modificar e aperfeiçoar os conceitos que possuía. Segui a orientação logosófica que indica que não se deve mudar um conceito sem antes observar que benefícios o novo conceito pode trazer para a própria evolução.
Não encontrei muita dificuldade em aceitar os novos conceitos apresentados pela Sabedoria Logosófica nem em substituir os meus antigos conceitos por eles. Fiquei feliz quando pude formar um novo conceito de Deus, de espírito, de vida, pois sempre foram temas que me atraiam, mas que eu não conseguia formar um conceito que correspondesse à elevada hierarquia que cada um deles deve ocupar no meu mundo interno.
Começar a cultivar o conceito do eterno dentro de mim provocou uma enorme alegria por eu sentir o prolongamento da vida até onde a vista não pode alcançar. A sensação que passei a ter foi a de que esse eterno já faz parte integrante de meu ser.
Os conceitos logosóficos sobre a mente, os pensamentos, os sentimentos, vida, existência, felicidade, alegria, alma, espírito e tantos outros, são os que tenho praticado há muitos anos e que foram aceitos pela minha sensibilidade e aprovados por minha razão, como verdades que podem reger o curso de minha vida.
Foram esses novos conceitos que serviram de base para a educação dos nossos filhos, cujas atividades escolares e progressos acompanhamos de perto. Cabe ressaltar aqui o valor da pedagogia logosófica que fez com que nossos filhos valorizassem mais a vida e fizessem do pensar e da reflexão hábitos de suas vidas diárias, além de criar defesas mentais para enfrentar influências nocivas, enfim, vissem o futuro como uma grande oportunidade para atuar com os valores morais e éticos que aprenderam a cultivar.
O culto dos conceitos – já disse antes – é o que forma o patrimônio moral dos homens. Os conceitos não nascem obedecendo a leis caprichosas; nascem de uma concepção, e toda concepção tem sua origem em uma lei. González Pecotche