Estudar Logosofia é uma oportunidade extraordinária de aprender coisas sobre nós mesmos e compreender que muitos pensamentos que possuímos percorrem caminhos desde a infância até a vida adulta.
Obtive esta convicção ao recordar algumas vivências iniciadas em tenra idade, referentes a ver a realidade como expressão da verdade.
Vivi parte da minha infância na cidade de Juazeiro do Norte/CE, cercada da atenção dos meus familiares e primos, que eram muitos. As horas do dia eram gastas nas brincadeiras e correrias. E em um daqueles dias, chamada para o almoço, corri direto para a mesa. Já estava quase terminando a refeição, quando me fizeram sair da mesa para lavar as mãos e braços, que deviam estar muito sujos. E assim era a rotina, toda vez que esquecia de fazer o asseio antes das refeições.
Falando em rotina, a cidade tinha muitas cerimônias religiosas ao longo do ano. Em certa ocasião, levada por uns familiares, queriam que eu beijasse os pés de uma estátua. – “Não! Não! Não vou beijar! Estão sujos!”, gritei, recusando-me.
Na mente infantil não havia entendimento para discernir as situações. O olhar de criança via a verdade: a sujeira que era necessário limpar.
Anos mais tarde, exercendo minha profissão de nutricionista, fiscalizando cozinhas industriais, não me deixava enganar pelas afirmações dos funcionários de que haviam cumprido os protocolos de higienização dos alimentos e superfícies, e andava com cotonetes colhendo amostras para ver a realidade — e a verdade sempre aparecia.
Assim, outras partes da minha vida foram sofrendo a influência do pensamento de querer ver sempre a verdade, mesmo quando muitos tentassem alterar a realidade.
Percebi, desde cedo, que nos livros poderiam estar muitos conhecimentos de que eu necessitava para aprender e ver cada vez mais a verdade dos fatos e das coisas. Transformei os livros nos meus melhores amigos.
Já havia ‘folheado’ muitos livros e, mesmo assim, permanecia um vazio interno. Como viver a vida na verdade? É possível à mente humana abarcar toda a verdade? E foi nas asas desse pensamento de ir em busca do mais além que entrei em contato com os livros da Logosofia.
Tão logo comecei a ler os livros do autor da Logosofia, identifiquei-me de imediato com seus conteúdos. Os ensinamentos pareciam unidos num só verbo e, na realidade, segundo seu autor, estão de fato unidos ao Verbo do Criador.
Na ciência logosófica não há rotinas, nem rituais, nem adorações, nem tradições, nem sacrifícios. Há, isto sim, o culto ao conhecimento, a busca da verdade a partir da observação da realidade que começa dentro de cada um.
Cada ser que inicia seus estudos logosóficos vai encontrando a parcela de verdade que busca com o seu discernimento, com a sua sensibilidade, com o próprio esforço da inteligência, na intimidade do seu coração. À medida que ampliamos a nossa capacidade de ler, estudar, refletir, pensar e realizar, os fragmentos do grande quebra-cabeça que é a Verdade espalhada na Criação vão se unindo dentro da nossa mente.
Para a Logosofia, só existe uma Verdade, que é o pensamento de Deus e, por sua vez, é Deus mesmo.
Se a Verdade, mãe de todas as verdades, é fonte inesgotável de pureza e de saber, nada mais lógico que o homem busque submergir sua consciência nessa fonte e se sature desse princípio eterno que infunde a temperança e a benignidade, tão necessárias ao temperamento humano. – Da Sabedoria Logosófica