Anos atrás, eu me questionava muito sobre quem é Deus. Por que ele foi concebido assim? Como senti-lo? Mesmo frequentando a igreja, sentia um vazio e me culpava muito em não sentir a presença de Deus — algumas vezes até achava que estava pecando por isso.

Em 2017, iniciei meus estudos na Fundação Logosófica, onde fui aprendendo a me conhecer, observar a mim mesma, identificar minhas deficiências, minhas virtudes, meus medos, minhas superações. Aprendi também a valorizar tudo o que vivia, a ver o lado bom das coisas e, principalmente, não colocar a vida dentro dos problemas, mas sim os problemas dentro da vida. Comecei a observar e valorizar o quão grande é a oportunidade de viver!

Mesmo tendo contato com novos conhecimentos, faltava algo, permanecia aquele vazio sobre Deus, e minha aproximação com ele ainda não existia. Estudando sobre o tema no livro Bases Para Sua Conduta, o qual hoje tenho como um livro de cabeceira, parecia que tinha sido escrito para mim, em seu formato de conselhos de um pai para um filho, como o autor o fez para seu filho.

Encontrei o seguinte ensinamento:

Não se conforme somente em saber que Deus existe. Deve senti-lo por meio das manifestações conscientes de seu próprio espírito; isso lhe será possível à medida que consiga penetrar nos conhecimentos que conduzem a Ele. Esses conhecimentos o ajudarão a forjar uma conduta meritória, uma conduta que será ao mesmo tempo uma oração; a única que Deus admite: a conduta honrosa, forjada através de todos os dias da vida. Eis aí a mais bela das orações, a mais eficaz das preces; eis aí a verdadeira súplica a que expressa uma verdade consubstanciada com a própria vida. (Bases para sua Conduta, p. 19)

Em 2018, fiz uma viagem com meu esposo para os Lençóis Maranhenses (MA). Ao chegar naquele lugar, onde eu só via uma imensidão de areia, água, a luz do sol, e ouvia o barulho do vento e da água correndo lentamente entre aquelas lagoas formadas no meio das dunas, caí em um choro incontrolável por uns dois minutos; não sabia explicar por que eu chorava, mas quando me sentei ao chão, eu tive a certeza: senti Deus profundamente ao meu lado e no meu coração — era como se eu estivesse completa naquele momento. A partir desse dia, comecei a ver e sentir Deus na Criação, nas pequenas coisas, no nascer e no pôr do sol, na companhia das pessoas que amo: amigos, família, nas conquistas dos meus alunos.

Compreendi então que minha aproximação de Deus só se deu através do conhecimento, de um processo de maturação interna, onde foram culminando etapas. Estou entendendo melhor que a vida consciente me proporciona esses momentos de expansão espiritual, onde consigo perceber a presença de Deus no meu interno e na Criação.