Sou mãe de filhas gêmeas, e um fato peculiar nos gêmeos é a constante comparação entre eles, comportamento de que sempre procurei me afastar, ainda que nem sempre com sucesso. Eu achava que, se não proporcionasse as mesmas oportunidades para minhas filhas, agiria com um favoritismo que eu não admitia. Porém, eu estava esquecendo de analisar as características individuais de cada uma. E o que este comportamento foi provocando ao longo do tempo? A perda da individualidade de cada uma.
Qual era a minha parcela de culpa nisso? Como a Logosofia me ajudou a reconhecer meu erro e corrigi-lo? Apresentando conceitos totalmente originais, entre esses, o de erro e de alegria.
Normalmente o erro é condenado. O medo de errar impede, muitas vezes, o ser de tentar algo, e o fracasso já é o suficiente para inibir novas tentativas. A Logosofia ensina que a percepção do erro é o princípio do acerto, desde que dele se extraia o elemento que faltou para chegar à vitória; logo, punir o erro seria o mesmo que punir o acerto, seria o mesmo que negar a Lei de Evolução.
No comum, a alegria está muito vinculada ao externo e efêmero, diferentemente do conceito logosófico de alegria, que é muito amplo. Venho compreendendo que a felicidade verdadeira está relacionada a um bem permanente, aquele que se fixa na minha consciência. Para sentir esta alegria sã, eu preciso ser valente, negar o que por anos entendia como correto.
Conforme esses novos conceitos se incorporavam na minha vida, eu fui compreendendo o que precisaria mudar. Recentemente, minhas filhas fizeram uma prova similar, relacionada à profissão que escolheram. Uma passou e a outra não, e, pela primeira vez na minha vida, eu me permiti sentir alegria pela que conquistou a vitória, sem permitir que o insucesso da outra filha ofuscasse essa alegria.
Com esse gesto, eu expressei para a filha que não passou que esse era um fato circunstancial e serviria para que ela entendesse o que faltou para alcançar a vitória. Embora em um primeiro momento essa filha tenha sido invadida pelo pesar, este não durou mais do que o tempo necessário para se recompor, e logo ela se viu inundada pela alegria da irmã, como se aquela vitória também fosse sua. No dia seguinte, já estava analisando os erros cometidos e como poderia se preparar melhor.
Pela primeira vez, eu não senti culpa por sentir felicidade pela conquista de apenas uma das filhas e manifestei, nas entrelinhas, que elas possuem fragmentos diferentes e, por isso, não precisam partir do mesmo ponto.