Um dia eu estava saindo do trabalho para casa e tentava escolher o meio de transporte. Podia ir de Uber, ônibus ou andando. Não era longe, mas havia uma subida bem íngreme e longa para enfrentar.

Lembrei-me de olhar minha mochila para ver se dispunha de moedas para o ônibus e lá encontrei R$3,15. Exatamente o valor da passagem de que eu precisava. Naquele momento pensei: obrigado, Augusto do passado, por ter guardado cada uma daquelas moedas!

Comentei o caso com alguns colegas de trabalho que acharam interessante eu pensar no Augusto de diferentes tempos. Para mim, isso hoje é normal, mas foi algo que tive de aprender. Apesar de ser uma situação simples, resume bem o fato de que o ser é uma sucessão de seres. O que sou hoje é resultado do que fiz ontem, e serei amanhã o resultado do que fizer hoje.

Embora simples, já ignorei tal fato algumas vezes, esquecendo-me do ser de amanhã. Desta forma, quando o futuro chega, só me resta lamentar pelo passado não ter sido bem utilizado.

Se, ao invés disso, eu preparo conscientemente o futuro, enquanto ainda estou no presente, crio um vínculo de amizade entre esses dois seres, o Augusto de agora e o de depois, e a vida fica naturalmente mais feliz pela união de seus tempos.

Em meu trabalho, por exemplo, como mentor de startups, as situações que se apresentam exigem muita análise e sempre são um desafio. Vejo nitidamente a diferença que há quando vou dar uma mentoria tendo me preparado e quando não o faço. Meu ânimo na reunião fica atrelado ao quanto me preparei, pois, se não estudei antes, sinto que não consigo ajudar o empreendedor e isso me gera angústia.

Por isso criei o propósito de me preparar com antecedência para tudo — não só para mentorias —, uma vez que isso gera em mim um resultado feliz. Esse trabalho é facilitado por outras coisas que venho aprendendo, como, por exemplo, criar propósitos e sustentá-los até alcançar os primeiros êxitos. Tenho aprendido isso com a Logosofia e seu método. Posso dizer que sou grato ao Augusto do passado por ter decidido estudar esta ciência que tanto bem já me fez.

Para você, leitor, o que mais eu poderia dizer? Espero que se lembre do seu amanhã, do “você do futuro”. Que você possa dar um presente simpático a ele que espera ansiosamente saber o que o “você do presente” lhe reserva.