A busca da mulher pela igualdade
Ao longo da história humana a mulher, por ignorância de seu próprio valor, desconheceu sua nobre missão. Que caminho deverá trilhar para descobrir o porquê de sua existência?
Um dia fui homenageado e fiquei admirado ao ver os formandos em engenharia entrando no auditório. “Mas são meninos!”, exclamei surpreso. Comentei com o professor ao meu lado e ele, mais idoso – havia sido meu professor – olhou para mim e, com ar de brincadeira, disse: “pois é, alguns professores também…”. Certamente queria dizer que, sendo eu um professor, era ainda um menino para ele.
Afinal, quando deixamos de ser alunos e passamos a ser professores?
A reflexão foi interessante porque me levou à conclusão de que somos sempre, e ao mesmo tempo, alunos e professores, meninos e adultos, jovens e idosos. Entretanto, essa dualidade é apenas didática, visto que cada um de nós é apenas um. E quem é esse um? Quem é esse aluno-professor?
Ele é esse ser íntimo com o qual solitariamente conversamos, trocamos ideias, avaliando nossas atitudes.
É quem conhece nossos erros e acertos, corrigindo nossas “provas” mais importantes.
É quem sabe de nossos arrependimentos e dos esforços feitos para não errar.
É ele, também, quem percebe e sente os momentos de felicidade, de alegria, quem se emociona com as boas ações e consegue apagar a chama da vaidade e moderar desejos.
Fato é que a vida passa e com ela vai-se aprendendo. Quanto mais se aprende, mais coisas se pode ensinar e mais capacidade se tem para aprender. Parece um ciclo eterno. O idoso, mesmo em idade avançada, quando já tem muito para ensinar, ainda tem muito que aprender. Quando fala para nos responder, pode-se perceber na mirada longínqua de seu olhar que está ensinando, mas que também está aprendendo e nos dá a sensação de que continuará assim para sempre.
Professor é, pois, a parte de nós que ensina, e aluno a parte que aprende. Porém, para ensinar há que saber e para saber há que aprender aquilo que vai ensinar. Já para aprender o que se vai ensinar, tem que haver um professor. E agora? Quem vai ensinar ao professor?
Para ser professor é preciso primeiro ser bom aluno de uma grande mestra chamada Criação, ou seja, a própria natureza. Ela é a mestra e a aula mais importante de seu Criador. Ela o ensina para que possa ensinar depois ao aluno.
O método pedagógico estampado nesta aula é o mais simples: “dê o exemplo do que quer ensinar”. Para ilustrar, sou do tempo em que o professor dava aulas de jaleco branco, para proteger seu terno impecável do pó de giz. Havia uma distância, um degrau invisível, mistura de respeito e temor entre aquele que ensinava e aquele que aprendia. A mente parecia estar acima, muito acima, do coração.
Meus filhos já foram do tempo em que chamavam a professora de “tia”. Nesta época a mente já estava “nivelada” ao coração, sem medo da escola ou do professor. Aquela distância ou degrau havia diminuído.
Agora é a época em que pais e professores se surpreendem com a falta de limites. Não conseguem mais domar a fera, a criança e o adolescente. Não sabem o que fazer, mas, mesmo sem saber, já diagnosticaram o erro ao exclamarem: “Está tudo ficando de cabeça para baixo!”
Estamos todos de cabeça para baixo, isto é, o instinto acima do coração, que por sua vez está acima da mente. A professora “Criação”, ao nos colocar de pé, deu a primeira lição: colocou o cérebro (órgão do pensar) acima do coração (órgão de sentir) e dos órgãos de reprodução. Nessa hierarquia divina, a região do sentir ficou no meio.
Ser professor é aprender e ensinar os exemplosdidáticos e sábios que se recebe da Criação. Vamos começar a ficar de pé?