Certo dia, recebi uma notícia que não me parecia ser muito boa. Ela me fez reviver algumas inseguranças que sempre guardei com relação ao futuro. Mas, ao olhar com mais calma para a situação, percebi que talvez estivesse faltando um elemento chave para que a experiência fosse vivida de forma diferente: a paciência.

Será que todas as angústias vivenciadas naquele momento não estariam refletindo uma impaciência com relação ao tempo que cada processo da vida precisa para se desenvolver e chegar a uma culminação?

Ao recordar do conceito da paciência inteligente, que tenho aprendido com os estudos logosóficos, acalmei meus pensamentos e decidi não tomar atitudes precipitadas ou impulsivas. Decidi que ia esperar o tempo, que considerasse prudente, para que eu pudesse interpretar, de forma mais exata, o que devia fazer para encaminhar a dificuldade que eu estava vivendo.

Quando me dei conta de todos esses movimentos ocorrendo dentro de mim, senti uma profunda satisfação! Quantas vezes havia me entregado ao desespero e ao desalento, ao menor sinal de uma adversidade a ser enfrentada!

A medida do tempo também me impressionou: anteriormente, passava semanas e até meses, remoendo os fatos sem deles nada extrair algo útil para mim. Já nessa experiência recente, as reflexões se deram muito rapidamente e, em questão de minutos, já me encontrava serena, com aquilo que era necessário para conter os pensamentos de incerteza.

Refleti sobre essa mudança que observei na minha conduta e cheguei à conclusão de que isso só foi possível porque adquiri um novo conhecimento sobre mim mesma. Nesse caso, foi o conhecimento de como articular a minha mente para me trazer as melhores alternativas ao tomar uma decisão, com a tranquilidade e firmeza que ela requer.

Seguindo a experiência até o fim, notei que, vez ou outra, ainda apareciam alguns pensamentos que me deixavam na expectativa pelo que iria ocorrer, mas fui gradualmente percebendo os movimentos e controlando-os, de acordo com os argumentos que havia definido para mim, como bases para a conservação desse estado de espera inteligente.

Ao concluir a observação de um pequeno fato de minha vida, observei que, nesse processo de compreender como funciona o meu mundo interno, vou estabelecendo de forma lenta, porém firmemente, o propósito que anima a minha vida: experimentar uma profunda confiança em mim mesma.

E onde, afinal, posso buscar essa confiança?

Reconheço, hoje, que a minha maior fonte de confiança deve ser o conhecimento do meu mundo interno. Conhecendo minha própria mente e sensibilidade, meus pensamentos, sentimentos e defeitos, e como todos esses elementos se articulam no meu interno, posso começar a reconhecer o que me auxilia e o que me atrapalha na conquista das virtudes e aptidões que eu almejo ter.

Amparada pelos conhecimentos logosóficos, consigo construir, aos poucos, a fortaleza interna para não temer o futuro e confiar mais na minha capacidade de que posso ser aquilo que sempre quis ser. Em cada experiência será necessário aplicar um conhecimento que me ensine a ser melhor em algum aspecto. Em alguns momentos precisarei ser mais paciente, em outros a ser mais prudente, tolerante, afável… E assim por diante.

Hoje, sinto que, em cada fragmento de conhecimento, conquistado nesse caminhar consciente, vou edificando a verdadeira confiança na condução do meu destino em direção a um sentido superior.