Mesmo que a maioria das pessoas reconheça que o tempo é precioso, é comum muitos afirmarem que tempo é dinheiro, atribuindo-lhe valor; então, por qual razão o tempo é geralmente mal utilizado? Por que tantos indivíduos não conseguem cumprir com suas demandas, apontando como razão a falta de tempo?  

Sempre tive, e ainda tenho, algumas dificuldades na amizade com o tempo. Quando me refiro à amizade, é porque o tempo deve ser nosso grande amigo, conforme ensina o autor da Logosofia, González Pecotche. 

 Realizando os primeiros estudos logosóficos, fui compreendendo que o tempo pode facilmente ser desperdiçado e, uma vez perdido, é difícil de ser recuperado. Também venho assimilando o tempo como um bem primordial na minha vida. Portanto, devo capacitar-me para sempre aproveitar o tempo que tenho de forma inteligente e consciente.  

Como ponto de partida, percebo que é essencial cultivar meus recursos para que minha vida seja mais ordenada. Estes recursos são representados, em especial, pelas faculdades da inteligência, tais como a função de pensar, a razão, o entendimento e a observação. É importante destacar que cultivar estas faculdades não significa agir de maneira apressada e desordenada, nem se entregar à inércia, reconhecendo que nos tempos atuais o tempo raramente é favorável.  

Penso que o mais importante é manter-se em movimento permanente, atuar como se se estivesse marchando, buscando evitar ao máximo as interrupções nocivas e sutis.  

Ao observarmos a natureza, encontramos exemplos de fenômenos imperceptíveis que, embora invisíveis, demonstram transformações constantes. Basta olhar para uma árvore frondosa: inúmeras mudanças ocorreram desde a semente até os frutos, culminando em um processo contínuo, permanente, mas sem mudanças bruscas.  

 A Logosofia ensina que na natureza nenhum processo realiza-se aos saltos, mas sim em medidas regulares e sucessivas de evolução. 

 Há alguns meses, recebi a tarefa de reescrever um texto, norteado por diversas considerações. Inicialmente, avaliei que seriam necessários muitos dias para o concluir e fiquei preocupado com o prazo. Porém, após uma segunda reflexão, entendi que a melhor solução seria reescrevê-lo aos poucos, diariamente e de forma constante. Após algumas semanas, notei que o trabalho realizado já era bastante expressivo. Aproveitando pequenos períodos do dia, com disciplina e sem prejudicar as outras atividades diárias, pude cumprir com a tarefa estabelecida. 

Assim, amparado pelos estudos logosóficos, tenho cultivado esta e outras formas de atuação, o que culmina em um melhor aproveitamento do tempo e, muitas vezes, possibilita avanços em relação aos ponteiros.  

Da mesma maneira que uma grande amizade, o relacionamento com o tempo deve ser cultivado com responsabilidade.  

Ao amigo chamado tempo, deve-se oferecer sempre uma conduta que fortaleça a amizade. Assim, ele sempre nos recompensará em nosso processo de evolução.