Você já parou para pensar em como seria um mundo sem guerras ou conflitos? Eu já, muitas vezes. É comum que a imaginação faça-me acreditar que isso é responsabilidade de governantes ou de alguma instituição, mas tenho refletido: qual é o meu papel na busca pela paz?
Claro, existe o conceito sóciopolítico de paz, em que, quando duas potências dialogam e entendem-se bem, sempre é possível encontrar uma solução diplomática e harmoniosa.
Porém, há um estado de paz que não é sóciopolítico, mas interno, e nem sempre é fácil alcançar essa paz interna. No mundo em que vivemos, somos bombardeados por conceitos e ideias que muitas vezes nublam o entendimento, e as distrações fazem com que os pensamentos tomem partidos dentro da própria mente.
Partidos dentro da própria mente? Mas como isso funciona? O autor da Logosofia ensina que os pensamentos são entidades autônomas, com vida própria, capazes de penetrar em diversas mentes e criar convicções extremas, que podem causar o mal, sem a atuação da minha reflexão. Soa parecido com alguma guerra que você tenha ouvido falar?
Recentemente, eu estava com um grupo de amigos em uma pizzaria quando uma amiga apareceu para jantar com os pais e cumprimentou-nos. Essa é uma amiga muito querida, e, por circunstâncias da vida, acabou esquecendo de me parabenizar no meu aniversário. Esse fato me havia deixado incomodada.
“Como uma amiga tão querida não me dá os parabéns?”, um pensamento dizia na minha mente. Mas o que esse pensamento realmente estava fazendo era tentar transformar aquela amiga em uma inimiga, causando uma separação, um rompimento, por um motivo que nem era tão grave assim.
Quando ela se despediu de nós e foi sentar-se com os pais em outra mesa, a primeira coisa que comentei com meus amigos foi o fato de ela não me ter dado os parabéns. O interessante foi que, assim que fiz esse comentário, percebi ter sido levada por um pensamento separatista, que buscava causar um conflito dentro de mim, além de uma guerra com a minha amiga.
Imediatamente me veio uma sensação ruim por não ter sido dona da minha própria mente – afinal, aquele pensamento dominou meu ambiente interno e quis se projetar para o ambiente externo.
Refletindo sobre isso, compreendo que esse pensamento não contribuía para o meu bem, mas para a destruição de uma amizade. Ele representava uma força do mal. Então, quer dizer que, se eu não estiver atenta, posso ser um veículo do mal?
Tenho entendido que alcançar a paz dentro da minha própria mente não traz benefícios apenas para mim, mas também para a humanidade, pois, ao tornar-me mais consciente, deixo de propagar pensamentos separatistas no mundo, colaborando para um ambiente de mais afeto e harmonia entre os seres humanos. Não é isso que todos nós buscamos?
Observar os pensamentos e saber selecioná-los já é um primeiro passo na busca da paz.