Algumas pessoas agem como se não houvesse amanhã, indiferentes às consequências das suas atuações, sejam boas ou ruins. Outras, inquietam-se e questionam se os atos de bem retornam à vida de quem os praticou e, ainda, se existe diferença entre fazer o bem pelo bem e fazê-lo esperando algo em troca.
Faço parte desse segundo grupo, em que essas e outras inquietudes me acompanham há longa data. No entanto, estou aprendendo que a observação de simples acontecimentos diários pode colaborar com o entendimento desse tema.
Certa vez, quando desempenhava minhas atividades profissionais em casa, estava conversando, por meio de um aplicativo de mensagens, com um colega de trabalho o qual manifestou estar aborrecido com uma determinada situação e com o fato de seu trabalho não ser reconhecido por algumas pessoas. Naquele momento, senti querer ajudá-lo e, então, respondi o que pensava sobre aquilo e, ainda, o que observava de bom em sua conduta pessoal e profissional. Ele agradeceu e escreveu: “Olha aí o meu reconhecimento!”.
Naquele instante, ouvi alguém chamando no portão de casa. Verifiquei se tratar de um vendedor ambulante e o primeiro pensamento que veio à mente foi o de fazer um sinal negativo de forma a manifestar que não o atenderia, pois queria escrever mais algumas palavras ao meu colega. Mas, em seguida, pensei já ter colaborado de alguma forma com ele e, talvez, a pessoa que estava lá fora também precisasse de algo. Então, dei-lhe atenção e resolvi ajudá-lo adquirindo uma mercadoria que estava oferecendo. Ele agradeceu e se despediu. Na sequência, voltei ao meu posto de trabalho e qual surpresa me esperava? Um outro colega, alheio às conversas anteriores, havia encaminhado algumas palavras expressando consideração em relação à minha pessoa e gratidão por todo aprendizado obtido.
Em razão disso, senti uma grande alegria. Pareceu que todos aqueles fatos se encaixavam e que aquela corrente de bem a que dei início havia retornado para minha vida, assim como ocorre com um bumerangue que, se arremessado de acordo com as forças e leis físicas reitoras de seu movimento, volta ao lançador.
Sabe-se que nem sempre as consequências de nossas atuações se apresentam de forma instantânea na nossa vida, como no caso relatado. No entanto, agindo em conformidade às Leis que regem o Universo, é possível a cada ser humano herdar a si mesmo em vida e usufruir de todo o bem espontâneo e verdadeiro que transmite aos demais, o que não deixa de ser um benefício a quem é possuidor de tamanho conhecimento.