Quando conheci a Logosofia, eu era uma pessoa insegura, impulsiva e me irritava com muita facilidade, o que me levava, às vezes, a um descontrole emocional. Não sabia por que, nem os fatores que me faziam atuar promovendo esse nefasto desconforto.
Informaram-me que, como ciência da evolução consciente, ela possibilita ao homem mudar de estado, de modalidade e de caráter, adquirindo uma nova individualidade pela eliminação dos estados de insegurança, impulsividade, dentre outros. Isto me encheu de esperanças.
Nunca ouvira antes dizer que o homem poderia realizar seu próprio aperfeiçoamento, ou seja, fazer ciência em si mesmo.
A ciência sempre atraiu o homem desde as primeiras épocas, levando-o à contemplação ou às observações científicas, frente a tudo o que via expresso na natureza e no universo que o rodeava. Essas observações promoveram as primeiras mudanças em sua forma de viver e também os seus primeiros inventos.
Disseram-me ainda que estudar Logosofia é experimentar os ensinamentos no dia a dia para ir modificando positivamente sua forma de ser, de pensar e de agir. Um dos ensinamentos de González Pecotche do livro Diálogos, página 161, diz:
Quem quiser chegar a ser o que não é, deverá principiar por não ser o que é.
Mas, como enfrentar a minha personalidade cheia de razões?
Aqueles pensamentos eram muito fortes, quase donos da minha vida. Mudar esse quadro parecia uma tarefa hercúlea. Identifiquei também a presença da prepotência e da rigidez e, por outro lado, conheci as vantagens da flexibilidade e do cultivo da verdadeira humildade. Eu haveria de ser compreensivo e inteligente para adotar as ferramentas oferecidas pela Logosofia. Edificar um novo ser é algo muito grande e haveria de ser sustentado por um querer a toda prova.
Se eu quisesse ser melhor, teria de adquirir confiança em mim mesmo, cultivar o hábito da reflexão serena e da afabilidade, apresentadas como virtudes que se contrapõem àqueles pensamentos. Dependendo da aplicação em mim mesmo, essas ferramentas me habilitariam a ser o que eu quisera ser, ou seja, uma pessoa mais feliz e mais consciente. Falando assim parece fácil, mas definitivamente não o é.
Outra ferramenta importantíssima apresentada é o cultivo da atenção constante. Fazer da atenção um hábito. Estar atento quando se pensa e quando não se pensa; quando se faz alguma coisa, ou não se faz nada.
Com todos esses exercícios mentais, fui adquirindo maior paz interna que, com o passar do tempo, foi se tornando permanente em mim. Analogamente, pode-se dizer que é como aprender a dirigir um carro em suas várias etapas. Estou comprovando que fazer ciência em mim mesmo é uma verdade que também poderá ser comprovada por todos que o queiram.
Antes, muitas vezes, eu fazia o que eu mesmo tinha me proposto a não fazer, e, quando me dava conta, já estava consumado o erro que havia decidido corrigir. Não é fácil cortar o cordão umbilical das dificuldades do meu passado, mas o fato de descobrir os próprios erros me deu um grande alento, pois isso já é a base da mudança. Para a Logosofia, identificar o erro é o princípio do acerto.
Mesmo desfrutando desse novo estado de consciência, não estamos livres de novas experiências. Um dia, frente a uma provocação de um familiar, eu lhe disse: “Olhe! Você não vai mais me irritar. Você pode falar o que quiser, mas não terá o poder de retirar minha serenidade.” Vi que a mudança já estava se consumando, pois essa afirmação foi muito espontânea. E falei com convicção! Considerei uma grande vitória: minha conduta já estava modificada, deixando para trás o velho ser que se molestava a todo instante para ser dono do meu mundo interno, não permitindo mais as constantes oscilações temperamentais que ocorriam a todo momento, deixando-me triste e estragando a convivência.