Família

Bolha ou Estufa?

abril de 2022 - 2 min de leitura
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Bolha ou Estufa?

abril de 2022 - 2 min de leitura

Proteger a primeira infância de imagens, condutas e palavras que possam agredir sua sensibilidade é criar o filho em uma bolha de estufa? Veja mais.

Quando pequena eu era uma criança muito tímida, distraída e, como diziam na época, estabanada.

Um dia, fiz um pequeno arranhão sem querer em uma colega, e a professora na época não acreditou em mim e me chamou de “bicho do mato”, sendo apontada como tal por toda a turma. Isso aconteceu há mais de 40 anos e dificultou a minha batalha contra a timidez.

Hoje tenho dois filhos e encontrei na Pedagogia Logosófica o que não tive na infância — uma pedagogia que respeita, ensina a pensar, desperta e colabora no cultivo de valores morais, estimulando a criança a superar suas próprias limitações.

O autor da Logosofia ensina no livro O Espírito, p. 101:

Considerando serenamente os sérios riscos que uma infância e uma juventude descuidadas ocasionam à criatura humana, é fácil apreciar a importância que tem, desde a primeira idade, preservar a criança de preconceitos, de crenças e de toda ideia sugestionante e inibitória que atente contra o desenvolvimento normal de sua natureza pensante e dos demais atributos afins com sua condição de superioridade entre os seres criados.

Meus filhos tiveram, sim, uma infância mais protegida, sendo estimulados a pensar, a razoar e a refletir sobre os pensamentos e atitudes derivados dos pensamentos. Enxergo essa proteção não como uma bolha, e sim como uma estufa onde a mente infantil pode fortalecer suas raízes para que, quando chegar o momento de enfrentar as intempéries da vida, eles as enfrentem não como plantas frágeis como eu fui na minha infância, mas sim como plantas fortes que enfrentam tempestades e continuam em pé.

No ano passado meu filho estava incomodado com uma atitude de um coleguinha. Expliquei a ele que deveria conversar e dizer que não gostava daquela atitude, pois, se não o alertasse, o amigo talvez não percebesse que aquilo não era engraçado. Se não funcionasse, deveria se afastar até que o amigo percebesse que ele realmente não estava gostando. Depois de várias tentativas, ele resolveu sozinho o conflito, sem traumas e, acima de tudo, com respeito.

Surgirão outras lutas, algumas serão muito mais difíceis, mas os elementos recebidos na infância darão a eles recursos internos para enfrentarem as dificuldades da vida com mais inteireza.


Um pensamento de

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