Sociedade

Somos responsáveis pelas mudanças em nós e nos semelhantes?

setembro de 2025 - 3 min de leitura
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Somos responsáveis pelas mudanças em nós e nos semelhantes?

setembro de 2025 - 3 min de leitura

Após meus primeiros estudos de Logosofia, tenho testemunhado um despertar silencioso dentro de mim. Pequenas faíscas de percepção surgiram, revelando pensamentos que eu nunca havia notado antes. Situações cotidianas, que antes passavam despercebidas, agora me provocam um novo olhar – um incômodo sutil, mas revelador. Começo a entender que todos os nossos campos experimentais estão conectados e que precisamos vivenciá-los com todo o nosso ser, e não apenas com fragmentos de nós mesmos.   

 

Observo minha conduta atual, que continua longe de ser a mais evoluída e consciente.  Percebo, com certa clareza, como minhas deficiências psicológicas atuam no dia a dia. Muitas vezes, o ser que apresento ao mundo externo não reflete verdadeiramente o que habita meu interior, gerando um desconforto que antes eu julgava quase inexplicável. Esse trabalho interno – de observar e atuar de maneira proativa sobre nossas deficiências – é apenas uma parte do processo de evolução consciente que a Logosofia propõe. O espírito capta aquilo de mais sensível, resguardando em nossa herança tudo o que fomos capazes de realizar. Essa herança será uma peça vital na educação de nossos filhos. Afinal, só podemos oferecer aquilo que realmente possuímos.  

 

Lembro-me de uma experiência no trabalho que foi muito marcante. O ambiente empresarial, por ser dinâmico e exigente, tornou-se um campo experimental importante na minha vida. Certo dia, um colega se aproximou, pedindo conselhos sobre uma dificuldade que estava enfrentando. Fomos até uma sala reservada e começamos a conversar. À medida que ele falava, observei como seus pensamentos tomavam forma física por meio de suas expressões faciais.   

 

No início, ouvi com atenção, permitindo que ele expressasse tudo o que estava sentindo.  Mas, em vez de simplesmente aconselhá-lo, adotei uma postura investigativa. Fiz perguntas para que ele pudesse refletir sobre sua própria situação. Perguntei: “Em quais momentos do seu dia você sente que esses pensamentos assumem o controle?” Ele hesitou e respondeu: “Nunca havia pensado nisso… Honestamente, sinto que perco o controle algumas vezes.”  

 

Decidimos, então, anotar nossas observações ao longo da semana e marcar outra conversa na sexta-feira. Quando nos reencontramos, ele compartilhou com entusiasmo como se sentiu nos momentos em que identificou esses pensamentos. Sem que ele tivesse consciência do que havia conquistado, aquela faísca inicial foi uma força propulsora que o levou a tocar seu lado sensível.   

 

Essa experiência me fez perceber a profundidade da nossa responsabilidade. Penso que trabalhamos diariamente em busca de uma vida consciente, mas essa consciência não deve se restringir ao nosso interior; ela também precisa estar voltada para compreender as diferentes formas de ser dos outros e reconhecer os momentos oportunos para auxiliá-los, mesmo que de forma singela.  

 

Como primeiro estudante de Logosofia na minha família, busco dar passos contínuos para a evolução da minha herança, para que meus filhos e netos possam ter a oportunidade de experimentar a vida consciente.


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