A vida e suas constantes mudanças … Para que mudar? De onde vem esse pensamento? Mudar o quê? E você, já experimentou esses movimentos internos?
Quando adolescente, por vários momentos surgiam em minha mente muitas reflexões sobre a vida, sobre Deus, sobre o meu destino. Isso me causava um grande desassossego, que durava dias a fio. Eu questionava familiares e professores sobre os enigmas da vida. Às vezes, recebia respostas como: “Isso não é coisa para você ficar pensando”, “Acredite em Deus e Ele vai resolver tudo!”, ou “Não pense, isso é coisa de quem não tem o que fazer.” Ninguém respondia às perguntas que eu fazia, como se esse tema fosse um enigma indecifrável.
Essas inquietudes me acompanharam durante todo o meu crescimento. Mudei-me de cidade, formei-me, estabeleci-me comercialmente, constituí família e tive filhos. Com esses novos ciclos da vida, todo o meu tempo passou a ser absorvido por diferentes preocupações.
As inquietações pareciam ter desaparecido do meu cenário mental, mas não se afastaram totalmente; permaneciam ali, latentes na minha sensibilidade.
Tempos depois, um conhecido começou a me falar sobre essas coisas, que chamou de inquietudes espirituais. Disse que as respostas que eu buscava eram de outra natureza e que não as encontraria fora de mim, nas atividades comuns, mas dentro de mim mesmo.
“Dentro de mim mesmo, como? Não entendo”.
Ele disse: “As inquietudes são de ordem transcendente, pois o homem possui duas naturezas – uma física e outra espiritual. É isso.”
E continuou: ”Já vivi essa fase inicial das inquietudes espirituais e tenho procurado atendê-las por meio do estudo de mim mesmo. Elas representam a nossa parte imortal – o espírito que existe em você e que luta para participar da sua vida. Para respondê-las, é necessário realizar um longo estudo sobre o conhecimento de si mesmo e, à medida que você vai se conhecendo, vai também se aproximando do próprio espírito e, consequentemente, encontrando essa paz interna que tanto procura”.
Ele então me convidou para uma reunião informativa sobre a Logosofia, na Fundação Logosófica. Foi amor à primeira vista. Lá entrei em contato com os livros do pensador González Pecotche, autor de uma vasta bibliografia sobre a evolução consciente; conheci a escola onde todos estudam os enigmas da vida, o mundo interno e Deus.
Foi algo surpreendente para mim; eu não imaginava que existisse uma escola assim. Passei a conhecer o método logosófico de aperfeiçoamento individual, a original definição de pensamentos e sentimentos, o funcionamento da mente humana e, principalmente, a vinculação metafísica do homem com Deus, seu Criador. Tem sido algo extraordinário!
A Logosofia me apresentou uma nova realidade sobre a mente e a sensibilidade – meu mundo interno – e um vasto campo experimental que é a própria vida, onde vou identificando gradualmente cada pensamento e as mudanças que devo fazer para superar minhas deficiências psicológicas – formas de pensar, sentir ou agir que nos limitam.
Aprendi a ser um estudante ativo, um pesquisador de mim mesmo e, a cada estudo, faço novos ensaios de aperfeiçoamento, colhendo respostas cada vez mais claras quanto à minha vida psicológica e espiritual. Compreendi que a vida é atividade constante – como prova toda a vida universal – e isso faz uma grande diferença.
Posso dizer que as mudanças que meu interno reclamava estão relacionadas com a falta de equilíbrio entre a vida física e a vida espiritual. González Pecotche ensina que devemos pensar cinco coisas que agradam ao nosso ser físico e outras cinco que agradam ao nosso espírito, e nos esforçarmos para satisfazer a ambos, mantendo sempre o equilíbrio.
Hoje, mesmo não tendo resolvido todas as minhas inquietudes e tudo o que para mim ainda é um enigma, esse estudo já me trouxe a confiança de que posso encontrar em mim mesmo as respostas e, aos poucos, com a conquista de valores internos, alcançar a paz que tanto almejei.