Espiritualidade

Do Vazio à Plenitude: A Resposta que a Logosofia Me Deu

junho de 2025 - 5 min de leitura
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Do Vazio à Plenitude: A Resposta que a Logosofia Me Deu

junho de 2025 - 5 min de leitura

Era uma noite de domingo do ano de 1998. Sentia uma angústia profunda no peito, uma agonia, um enorme vazio. Amanhã seria mais um dia, mais uma semana, e eu sabia que lá se ia mais um mês, mais um ano… O tempo passando. Seria esse o destino do tempo: simplesmente passar? 

O que significava esse vazio? Tudo parecia estar bem na minha vida. Eu estava consciente de que as coisas estavam sob controle e que os problemas que eu tinha na época não justificavam a intensidade daquela angústia.  

Isso me deixava inquieta e ansiosa por uma resposta, e, quanto mais eu refletia sobre isso, maior era a sensação de que havia algo indefinido e incompleto na minha vida. Embora essa sensação de indefinição fosse clara, eu me perguntava: onde poderia encontrar o remédio para aquela angústia aparentemente sem causa? Eu sofria com esses sintomas e, ironicamente, como médica, não conseguia encontrar uma solução para aquela dor.  

Na época, a visão de doença predominante entre os médicos concentrava-se em sintomas físicos e emocionais, como a depressão; mas eu não me identificava com essa condição. Agora, com a medicina integrativa, temos uma visão mais ampla de saúde, que considera o bem-estar em todas as suas dimensões: física, mental, emocional, social e espiritual.  

Quando se trata do bem-estar físico, procuro um clínico. Para o bem-estar mental e emocional, busco a ajuda de um psiquiatra ou psicólogo. No âmbito social, encontro apoio nos meus amigos. Mas e quando se trata do bem-estar espiritual?  

Eu costumava pensar que o espírito fosse algo que só surgiria após a minha morte, mas a ciência moderna inclui o bem-estar espiritual como parte integrante da saúde, enquanto estamos vivos. O espírito é um mistério profundo, e eu comecei a questionar: afinal, ele existe aqui e agora, ou apenas após a morte?  

Podemos observar a atuação do espírito em vida através de exemplos notáveis, como crianças que tocam piano aos quatro anos, falam russo aos três, ou pessoas que possuem talentos extraordinários na arte, ciência, filosofia, sem terem tido tempo hábil para adquirir essas habilidades nesta vida. Podemos deduzir que isso possa ser a manifestação do espírito em vida, mas será que essas pessoas têm consciência da influência do seu espírito em suas vidas?  

E nós, que não somos superdotados, conseguimos ver a atuação do nosso espírito em vida de forma consciente?   

Para nós, médicos, estar consciente significa estar desperto, lúcido, orientado no tempo e no espaço. Mas será que essa é a consciência a qual nos referimos aqui? O que eu preciso compreender para que eu possa evoluir e permitir que meu espírito atue na minha vida?  

Certa vez, li um livro escrito por uma médica especializada no cuidado de pacientes em estágios terminais. Ela descreve a angústia que esses pacientes sentem ao receberem um diagnóstico terminal e saber que têm um tempo limitado de vida. 

Nessa fase, surgem perguntas profundas: o que fiz da minha vida e o que ainda me resta fazer? Alguns pacientes caem em depressão, enquanto outros começam a buscar o sentido da vida, tentando preencher o vazio que não foi preenchido ao longo do caminho. Agora, no entanto, o tempo é curto. 

Ela enfatiza a importância de os pacientes estarem informados sobre sua doença e o tempo que lhes resta de vida, pois isso pode permitir mudanças significativas no final da vida. Há relatos de pessoas que, ao saberem de sua condição, conseguiram superar ressentimentos, pedir perdão a entes queridos, descobrir novas paixões e ter um final digno e sereno. 

Esse desassossego diante da proximidade da morte, ou do “vazio da vida” faz com que os pacientes se interiorizem e busquem um sentido para a vida, independentemente do tempo que lhes resta. 

Eu compreendo que a doença do vazio — que se manifesta ainda quando estou fisicamente saudável — seja um chamado do meu espírito para que eu o busque durante a minha vida, e não somente quando me derem a notícia de que meu tempo está acabando. 

E, nessa busca pelo sentido da vida, eu encontrei a Logosofia, que me permitiu estabelecer uma conexão com algo muito superior, outro tempo, outro espaço. Com essa nova perspectiva, os problemas que eu enfrento hoje tornam-se muito pequenos frente a essa dimensão que eu desconhecia.  

O cotidiano transformou-se em uma grande oportunidade de aprendizado e de aperfeiçoamento pessoal. Aquelas semanas, meses ou anos que antes me pareciam passar sem sentido — como se minha vida estivesse sendo escrita em modo automático, sem direção ou significado — hoje fazem parte das páginas de um livro que estou escrevendo, um livro que certamente terá um fim, pois todos nós morreremos um dia. A diferença é que, com o estudo de Logosofia, eu dei um título a esse livro da minha vida e agora tenho como meta superar a cada dia a página anterior. A cada nova página, há novos aprendizados e novas superações que me permitem preencher aquele vazio inicial com uma serenidade e uma convicção que só a sabedoria pode proporcionar: a certeza de estar no caminho certo. 

Finalmente, encontrei a causa da minha doença e descobri o remédio. Aquele vazio não existe mais! Então, por que deixar para viver essa dimensão somente na proximidade do dia final, se pode viver esse grau de serenidade hoje a tempo suficiente de construir uma vida plena e feliz? 

Que fica, então, por fazer, às gerações de hoje? Não há mais terras a descobrir; os gritos da própria ciência emudecem, ante realidades que não sabe compreender; o conforto enfastia, porque se desfruta demasiado dele; as diversões relaxam o espírito, pelo abuso que se faz delas. Que resta, pois, para que as gerações do presente possam responder como as de outrora, aos impulsos dignos de sua época? 

A Logosofia responde:

Fica o mais grandioso que existe para realizar e que, nesta grande etapa, as gerações de hoje e as vindouras terão de cumprir: o avanço para as altas regiões do entendimento; o esforço por levar o ser, como alma humana, para o encontro de sua própria explicação como ente físico; para a eternidade, que não tem sabido compreender, ao viver um tempo peremptório, sem valor algum. Em outras palavras: o avanço para a superação. p. 100


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