Toda pessoa quer ser feliz, e isso é inquestionável. Embora eu também tivesse esse desejo, minha felicidade era algo remoto e acontecia somente em determinados momentos: no dia do pagamento, na compra de um bem material (televisão, casa, carro, etc.) ou nas férias de final do ano.
Meu conceito de felicidade começou a mudar a partir de um novo conceito que aprendi com a Logosofia, que nos ensina que “a felicidade é algo que a vida nos outorga através de pequenas porções de bem” (PECOTCHE, 2006, p.43).
Isso quer dizer que a felicidade não virá com a compra de um automóvel, pelo menos não da forma como eu pensava.
Com esse novo conceito, comecei a observar mais os momentos vividos. Em um final de tarde, desfrutando de um chimarrão com o meu esposo, observei o quanto momentos como esses me deixavam feliz. Senti a vibração interna de felicidade que sempre ansiara. Esta experiência despertou o uso da observação para os demais momentos felizes vividos durante as horas do dia.
Hoje eu enxergo as coisas com outros olhos. O despertar pela manhã já é motivo de grande felicidade, assim como a oportunidade do trabalho, da locomoção (andar, tomar banho, alimentar-se…) sem a necessidade de auxílio, o privilégio de cultivar flores, ver, ouvir, pensar, ter saúde e tantas outras coisas que estão inseridas no meu dia a dia. Tudo isso não pode também ser motivo de alegria para você?
Encontrei mais felicidade a partir de um conhecimento específico que me permitiu olhar para além dos olhos físicos, ou seja, ver com os olhos do entendimento. Isso acontece porque, quando desconheço algo, ele é inexistente para mim, o que determina que os momentos de felicidade passem despercebidos e, portanto, não sejam vividos em sua plenitude.
O salário no final do mês, a aquisição de algo material e as férias continuam sendo motivos de felicidade. Isso só significa que os meus motivos para ter felicidade aumentaram. Percebi que não preciso ser feliz de vez em quando; posso ser feliz todos os dias, absorvendo o que a vida me proporciona.
A felicidade murcha como as flores; entretanto, assim como o bom jardineiro sempre tem ao seu alcance outras para substituí-las, quem possui conhecimento pode, também, substituir constantemente os motivos que dão permanência à felicidade na vida. O conhecimento a fixa, a torna estável; permite sentir seu palpitar de eternidade. (PECOTCHE, 2006, p.44)
Referência: Livro “Bases para sua conduta”- Carlos Bernardo González Pecotche