Tempos atrás, um jogo para smartphones criado pela empresa Niantic, o “Pokemon Go”, rendeu muita atividade na mídia, devido à sua rápida ascensão em popularidade e estilo inovador. Muitas pessoas chegaram a comentar que se sentiam desconfortáveis e até preocupadas em saber que havia “monstrinhos invisíveis” à sua volta e na influência que aquilo parecia ter nos jovens.
Mas isso que ocorreu com o tal jogo era novidade mesmo? Na minha observação essa realidade existe há séculos. A humanidade sempre conviveu com presenças invisíveis e reais de algo que afeta por completo a vida de cada um: os pensamentos. Quando alguém buzina no trânsito e, logo em seguida os demais motoristas tendem a ingressar na sinfonia barulhenta dos engarrafamentos, não foi uma ideia, um pensamento que estava dentro de alguém, que “saiu” e contagiou aos demais? Algo invisível que passou da mente de um para a dos demais. O que iniciou não ergueu placas para pedir que os outros buzinassem, mas todos o fizeram, pois a mensagem foi carregada por um pensamento, normalmente, o de impaciência.
Diversos pensadores abordaram a realidade mental do ser humano como Platão, Durkheim e Sócrates. Porém, apesar de suas conquistas, não conseguiram traduzir em seus estudos um método que auxiliasse os seres humanos a dominarem essas forças invisíveis que habitam seu foro interno, ao qual somente cada indivíduo tem acesso, de forma a criar pensamentos úteis e benéficos ao espírito humano.
O resultado disso pode ser o exemplo do tal joguinho que mobilizou milhões de pessoas. Jovens e não tão-jovens atraídos a engajar-se na caça aos monstrinhos, sem se darem conta da própria mente, todos deixaram-se influenciar-se pela paixão promovida pelo jogo, mesmo que não o quisessem. A verdade é que não sabiam o que queriam. Prova disso é o fato de mais de 10 milhões de jogadores terem removido o jogo de seus celulares após um mês de seu lançamento, indo em busca da próxima distração para suas mentes, constantemente dominadas por pensamentos estranhos.
O autor da Logosofia disse certa vez que os seres humanos estão rodeados de causas e efeitos, circunstanciais e permanentes e que, “querendo viver o momentâneo, se esquecem de viver o permanente, que se abre para o futuro e, nunca satisfeitos, buscam sempre novos momentos de alegria e de diversão.” Seu ensinamento resume bem o desamparo moral que tem atingido as pessoas, principalmente os jovens, devido à falta de conhecimento e de um método que os leve a realizações firmes, constantes e, sobretudo, reais.