Em que pensamos? Em que nós, humanos, temos pensado? Ou não estamos pensando? Ao observar as pessoas, percebo que elas pensam no trabalho, nos prazos das suas atividades e compromissos, nas novas tecnologias, na ciência, no lazer, etc. Porém, parecem não pensar como podem melhorar como pessoas em seus objetivos e na própria vida.

Há alguns dias, uma pessoa parou seu carro na frente do veículo da minha esposa, impedindo sua passagem, desceu do carro e proferiu todos os xingamentos que conhecia. Bateu a mão no capô e fez várias ameaças. Alegava que ela o tinha “fechado”. Minha esposa estava no carro com nossos dois filhos pequenos e ficou muito assustada.

Alguém hoje em dia sabe o que significa cavalheirismo? Os carros não bateram, sequer arranharam. Ninguém se feriu. Precisava disso? Atualmente, tudo parece estar sendo feito com pressa, de forma impulsiva. E a sensata frase: “Calma! Vamos pensar antes de agir?”, parece estar totalmente em desuso.

Se não pensamos, a chance de nos equivocarmos é muito maior.

Mas, pensar em quê? A lista é extensa e, talvez para resumir, a resposta fosse pensar em tudo, sem restrições. Por exemplo, ao deixarmos de pensar em política, permitimos que outros ocupem integralmente esse espaço. Se não quero candidatar-me, deveria interessar-me pelo menos e participar mais, para conhecer melhor os políticos e apoiar quem merece.

As respostas prontas e os preconceitos também são um perigo. Sempre impediram a evolução humana em todos os aspectos — pois, se supostamente as respostas já existem definitivas, não há mais o que buscar. E isso impede a evolução, em qualquer área do conhecimento. A verdade não tem dono.

Quando não pensamos, outros pensam por nós. Se não pensamos, cometemos erros e julgamos mal.

Se não pensamos, deixamos de ser indivíduos para nos tornarmos um número na massa daqueles que acreditam em qualquer coisa sem pensar. Recordando a história, tudo indica que muitas das dificuldades vividas pela humanidade tiveram essa causa.

Nessa perspectiva, tanto as questões pequenas e corriqueiras do dia a dia, como o nosso comportamento no trânsito, quanto os problemas amplos, como o objetivo da vida, merecem o bom uso de nossas faculdades mentais. Vamos pensar?