As pessoas que têm algum problema visual vão entender: ao retirarem suas lentes corretivas, o resultado é uma visão embaçada, sem foco, distorcida. Pensei também nas pessoas que não têm nenhum problema visual, mas que “enxergam” as situações de forma distorcida. Qual seria a causa desta alteração? O que as faria perceber os fatos de uma forma diferente ao que eles realmente são?

Pela minha mente passam diariamente uma infinidade de pensamentos. Alguns deles eu mesma crio, mas outros, na grande maioria das vezes, “deixo entrar” sem a minha permissão ou vontade. Verdadeiros pensamentos “invasores”, como os de pessimismo, tristeza, amargura e as constantes queixas.

Vivemos para sermos felizes, para buscarmos sempre os motivos de felicidade.

Mas por que deixo frequentemente a tristeza tomar o lugar da alegria?

Por que, mesmo diante de tantas situações favoráveis e positivas, deixo que minha visão embace, passando a enxergar tudo sob a ótica da tristeza?

A alegria pode estar onde nem sempre percebo. Todos os dias recebo muitos bens que, por si sós, já deveriam me deixar muito feliz.

Acordo para um novo e próspero dia, com saúde e disposição — por possuir um corpo biologicamente perfeito. Tenho uma mente que me possibilita experimentar inúmeras possibilidades, como as de pensar, refletir, observar e entender o que se passa ao meu redor e dentro de mim mesma. Há uma parte divina dentro de mim, que é o meu espírito — que me conecta e me aproxima do Criador. E ainda, se procuro por situações mais específicas:  família, pais, filhos saudáveis, casa, amigos.

Identifico que estou cercada de motivos de bem que enchem minha vida de alegria.

Muitos costumam ser ingratos com o que já conquistaram ou têm e querem sempre mais! A causa? Viver sem a consciência daquilo que possui.

Procuram a alegria somente nos grandes acontecimentos da vida e deixam passar aqueles pequenos e singelos momentos que tanta ternura e alegria podem trazer ao seu coração. O beijo afetuoso de um filho, o telefonema de um amigo, a atenção que recebe de seus pais, um pequeno êxito no trabalho… Têm tantas oportunidades! Mas, para aproveitar desses bens, há que ter consciência daquilo que se vive, pensa e sente.

Quanto aos momentos de tristeza e angústia que fazem parte da vida, tenho aprendido que não devo deixar que eles ocupem um tempo e um espaço maior do que o necessário.

A alegria deve prevalecer! É dela que devo me ocupar, dedicando os melhores esforços para alcançar o grande propósito de ser feliz.

Quando me deixo levar pela tristeza e pelo pessimismo, todos os problemas parecem maiores; ao contrário, quando estou alegre e cheia de otimismo, as faculdades de minha inteligência atuam com mais liberdade e enchem o meu ser de ânimo e disposição para enfrentar até os maiores desafios.

Tenho comprovado que o conhecimento logosófico, que é transcendente, é energia viva e estímulo permanente para ajudar a desalojar da mente os pensamentos de pessimismo e de tristeza, pois introduz em minha vida uma força que impulsiona meu ser em direção a possibilidades positivas e alcançáveis.