Um dos temas que mais me chamou a atenção ao estudar a Ciência Logosófica foi o das Leis Universais. Afinal, compreendê-las significou para mim como o descortinar de um véu que empanava o próprio conhecimento da vida e de seus processos. De fato, o conhecimento das Leis Universais permite compreender a própria razão das coisas e de tudo o que ocorre na natureza e na própria vida dos seres humanos. Não por menos o criador da Logosofia, González Pecotche, ensina que “existe uma lógica superior” que se mostra “totalmente à margem dos pensamentos e das ações dos homens, determinantes de tudo quanto concerne à humanidade e ao mundo no qual eles vivem e desenvolvem suas atividades”. Essa lógica superior corresponde a um mecanismo universal que se “move, aciona e cumpre os grandes objetivos da Criação, um mecanismo regido por leis e princípios de essência eterna, sendo, por conseguinte, de caráter permanente e inalterável”. (Coletânea da Revista Logosofia, tomo I, p. 201). No estudo dessas leis, uma mudou substancialmente minha compreensão sobre a vida, assim como a forma de conduzir-me nela. Trata-se da Lei de Adaptação.

O conhecimento da Lei de Adaptação me fez aprender a forma de enfrentar as lutas diárias que a vida nos apresenta, bem como compreendê-las, poupando assim as energias internas, dando mais vigor ao espírito e buscando aproveitar ao máximo as possibilidades humanas. “Adaptar-se é, pois, preparar dentro de si as condições adequadas para que o equilíbrio normal da vida perdure sem modificação, ainda que se modifique a vida tantas vezes seja necessário e o reclamem as circunstâncias. O contrário seria tornar-se prisioneiro de um inimigo invisível, porém real, que estaria continuamente espancando nosso ânimo.” (Coletânea da Revista Logosofia, tomo 2, pp. 169-170)
A natureza nos dá muitos exemplos da atuação da Lei de Adaptação em seus diversos processos. Uma árvore, de acordo com as estações do ano, vai se adaptando para se manter viva por ocasião de um severo clima, seja com intenso frio, seja em altas temperaturas, ora constituindo-se em uma frondosa árvore que embeleza a paisagem, ora gerando os mais saborosos frutos. A árvore não resiste às mudanças que o clima provoca; ao contrário, ela se adapta buscando extrair sempre o melhor de si para a situação que se lhe apresenta.
Por isso a Logosofia ensina sobre a importância de se adaptar, ressaltando que, se ocorrer um fato que obrigue a uma mudança, não se deve permanecer no mesmo estado ou condição, pois seria o mesmo que “viver à margem da realidade e, portanto, a sofrer intensamente”.  “Isto é o que sempre acontece quando o homem resiste aos câmbios: daí que brotem por toda parte a dor, as misérias, as angústias, e seja o sofrimento um visitante quase permanente nos corações humanos”. (Introdução ao Conhecimento Logosófico, p. 162)
Tenho aprendido com a Logosofia que “a adaptação é um poder consubstancial com a natureza física e psíquica do homem, que lhe permite suportar os maiores sofrimentos e incômodos sem perder as prerrogativas de seu gênero. Mas, mesmo sendo consubstancial, esse poder somente se manifesta com todo o vigor de sua potencialidade, quando se realiza a adaptabilidade depois de sua assimilação como conhecimento”.  (Deficiências e Propensões do Ser Humano, p. 54).
Posso afirmar, por fim, que esse poder que tenho aprendido a exercitar tem auxiliado-me a enfrentar todas as situações da vida, desde as mais simples até as mais complexas, das mais difíceis às mais felizes. Eu poderia dizer que a Lei de Adaptação me tem possibilitado viver momentos cada vez mais conscientes e felizes. Na realidade, o conhecimento e a aplicação da Lei de Adaptação na vida são como uma chave que abre um novo e especial caminho a cada dia, cheio de amplas e felizes possibilidades.