Por que sou o que sou? Essa pergunta surgiu para mim durante a adolescência, especialmente ao comparar a minha vida com a de outras pessoas. Tentava me concentrar para sentir o que acontecia comigo, como também queria saber o que os outros sentiam e pensavam. Eu me perguntava: por que somos diferentes? Deus quis que eu fosse assim? Posso mudar o que sou?

Apesar de muito jovem, aspirava por uma mudança. Queria ser alguém que não tivesse certas características negativas ou que soubesse como combatê-las com inteligência. Mas o que e como fazer? “Eu não quero ser como sou! ” Já observou este pensamento em você também? Este é um desejo ávido em muitos seres humanos, porém parece complicado realizá-lo.

Tive dificuldade em chegar às respostas. Observava os pensamentos consoladores, como: “é da minha criação”, “sou assim e pronto”, “também tenho qualidades, devo dar valor a elas”, e assim seguiam. Ainda que consoladores, não eram exatamente satisfatórios.

Na fase adulta, iniciei uma busca por alternativas que me pudessem auxiliar. Ao concluir alguns cursos de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, eu me deparava cada vez com mais dúvidas. Até então, não sabia nem da possibilidade de criar um novo ser, eu mesma, nem quais conhecimentos poderiam me proporcionar mudanças tão extraordinárias. Eu acreditava no ditado: “pau que nasce torto, morre torto”.

A Logosofia como processo de aperfeiçoamento

Algum tempo depois, conheci a Logosofia. Que grata surpresa descobrir que existem conhecimentos capazes de dar nova forma à vida e aperfeiçoar tudo o que existe de aperfeiçoável em si mesmo!

Foi através do método original e prático — que essa ciência oferece para chegar ao conhecimento de si mesmo — que tive a oportunidade de aprender que as respostas que revelam a minha origem e me fazem ver quem sou estão nas profundezas do meu próprio ser interno, não em outra parte.

Tenho aprendido que realizar mudanças internas é criar novas modalidades, com características diferentes daquelas que foram identificadas e classificadas como deficiências psicológicas. As deficiências psicológicas são pensamentos negativos que exercem insistente pressão sobre a minha vontade; entretanto, existem técnicas para enfrentá-los, e assim aperfeiçoar-me por meio de um processo de evolução consciente, que torna possível o aprimoramento nos aspectos intelectual, psicológico, moral e espiritual.

Algum tempo depois de ingressar no estudo desta ciência, recebi um elogio no tocante à paciência com que atuei ao levar uma explicação para uma pessoa. Naquele exato momento eu apenas tive estas palavras a dizer: “Eu não era assim”.

Todo aquele que sente necessidade de mudanças internas deve ter em conta que elas não ocorrem instantaneamente, nem em função de uma promessa. Existe o erro de pensar que tal mudança pode ser realizada sem um conhecimento claro e específico. A Logosofia promove um retorno às bases do conhecimento sobre a vida e a concepção do ser humano, através de um meio eficaz e único de realizar uma verdadeira superação integral, resguardando o ser de preconceitos e temores que lhe foram inculcados.

Embora nos meios convencionais tenhamos ótimas academias e universidades que formam os cidadãos para atuarem nas mais diversas áreas, é nesta escola logosófica que tenho ampliado a minha capacidade de conhecer e utilizar as faculdades da inteligência e a minha sensibilidade. Isso me auxilia a avançar como um ser humano que tem a necessidade de compreender a própria vida, sua existência e papel no mundo e na humanidade.

Hoje sou grata por ter acesso a novos conhecimentos e conceitos que norteiam a existência, substituindo crenças baseadas apenas na convicção de que algo é certo e verdadeiro pelo conhecimento das causas dos acontecimentos na própria vida. Em outras palavras: trocar o crer pelo saber!

Para reforçar o tema, faço um convite à reflexão: estou de acordo com o que tenho feito durante minha vida? Pude, em algum momento, dedicar tempo ao conhecimento de mim mesmo? Sei como sou e como quero ser?

Fácil lhe será compreender, agora, que dizer “Por que sou o que sou!” vale tanto como dizer: “Ainda não tentei ser outra coisa”. Muito prontamente, porém, você deixará de ser o que é, se se propuser mudar as velhas modalidades por outras novas e melhores, e, sobretudo, se começar a viver uma vida de enriquecimento moral, intelectual e psicológico capaz de mudar a anterior, que, ao que parece, já não satisfaz a seu entendimento. Do livro Diálogos, p. 162.