Há um tempo, assisti a um filme muito interessante, que me fez refletir muito. A personagem principal chama-se Riley e é apresentado o seu “mundo de fora”, no qual ela convive com os demais em sociedade, e o “mundo de dentro” onde se observam vários pensamentos-sentimentos. Esses são manifestados através de personagens animados que governam sua mente, comandados pela Alegria.
No mundo interno da Riley, é possível observar uma guerra entre os personagens Raiva, Tristeza e Alegria. Em vários momentos os personagens Raiva e Tristeza se apoderam do ‘’botão de tomada de decisão’’ e agem com o pensamento que eles querem, sem consultar a Alegria.
Em um determinado momento do filme, o personagem Raiva fica irritado com a atitude dos pais da Riley e dirige-se ao botão, fazendo com que a menina discuta com seus pais sem pensar no que estava sentindo e ficando triste por ter agido dessa forma.
Observo que no meu mundo de dentro ocorrem vários movimentos e há uma população igualzinha a do filme, com pensamentos discutindo sobre qual atitude devo ter.
Quando não tenho controle sobre os meus pensamentos e deixo as minhas deficiências (debilidades internas, como a falta de vontade e a irritabilidade) atuarem, sinto que fico mais distante do meu propósito de ser uma pessoa melhor.
Em vários momentos do meu dia a dia, durante a rotina agitada de trabalho e faculdade, observo que tomo algumas decisões baseadas nas manifestações das minhas deficiências, sem refletir se essa é a atitude adequada.
Percebo que elas se intensificam quando fico incomodada com algo e sinto que aos poucos vou alimentando um pensamento que, por exemplo, diz “não acredito que essa pessoa ainda não se tocou no que está fazendo”. Quando me dou conta, já estou na frente da pessoa, berrando esse pensamento, sem qualquer controle sobre ele.
Por conta de situações como essa, já fui conhecida como a “bravinha do grupo”, “a esquentadinha”, entre tantos outros termos. Seria esse meu verdadeiro ser? Carregar um fardo, sustentar um papel, ser um personagem da minha própria vida e continuar alimentando esses pensamentos por não conseguir controlá-los?
Fica muito claro para mim que, nesses momentos, o personagem Raiva do filme, dirige-se ao “botão de tomada de decisão” e eu o obedeço.
Eu sequer desconfiava que havia uma população gigante dentro da minha mente e, com pensamentos fazendo festa sem o meu próprio governo instaurado, como não obedeceria a eles? Mas então, como governar o meu mundo?
Observo que, como em todo o lugar, há aqueles personagens que seguem as regras, que muitas vezes são definidas por mim, assim como existem os que não gostam de seguir as regras. Esses “pensamentos rebeldes” nos levam a agir de qualquer jeito, sem pensar nas consequências de nossas ações.
É necessário, portanto, ter um grande conhecimento sobre os pensamentos, aprender a manejá-los, de forma que eles façam o que eu quero, e não o contrário. Afinal, quem eu quero ser? E por que é tão importante governar o meu interno, instaurar regras internas e conduzir a minha própria vida?
A Ciência Logosófica me ensina a classificar estes habitantes, por meio de um método, e é nesse processo de identificação que tenho observado como funciona o meu mundo de dentro. Penso ser importante aprender a manejá-los, em vez de ignorá-los e sofrer com o entorpecimento moral, psicológico e até espiritual.
Por meio de todo esse processo, vou aprendendo a controlar meus pensamentos, minhas ações perante as circunstâncias, estando mais consciente do todo.
Tenho observado que quando não há controle de um pensamento específico, as situações que a vida me apresenta voltam ciclicamente. O método me ensina que se eu não controlo o pensamento, não consigo agir de acordo com o que a situação demanda e como quero verdadeiramente ser.
O processo é lento, gradual e exige que eu assuma o governo da minha própria vida, mantendo-me firme perante o meu propósito de ser melhor. Aos poucos, no trabalho de classificar meus pensamentos, vejo que é possível ser mais feliz, governando a minha mente no mundo de dentro e no mundo de fora.