Dirigindo à casa de uma amiga, ao entrar em uma rotatória, não consegui me lembrar por qual das três saídas eu deveria seguir, pois era a primeira vez que dirigia sozinha até lá. Na terceira tentativa acertei a via que me levou ao destino.

Esse acontecimento poderia passar despercebido, mas naquele dia algo me fez refletir de uma forma diferente…

Quando aprendi a dirigir, prestava atenção a todos os movimentos: no volante, na marcha, nos pedais. Mas depois, com a prática, esses movimentos se tornaram automáticos e, hoje, não fico mais atenta a eles; dirijo prestando atenção ao meu redor, ao caminho a percorrer, às leis de trânsito etc.

Por que eu havia me equivocado dessa vez, mesmo já sabendo dirigir?

Faltou-me atenção, eu me distraí e segui pelo caminho que já estava acostumada a percorrer.

Do carro para a vida

Refletindo sobre essa experiência, posso fazer uma analogia sobre o processo de aprendizagem no que se aplica a dirigir meu carro e dirigir minha vida.

Para viver bem, acertando mais e errando menos, percebi que me faltavam conhecimentos sobre o funcionamento da minha natureza psicológica. Conhecimentos que orientassem minhas decisões. Além disso, ao contrário do que ocorreu na situação que relatei, penso que deveria ter ficado atenta ao que estava ocorrendo dentro e fora de mim.

Em que outra situação vejo isso acontecendo em minha vida?

Certo dia observei que os contratempos que aconteciam no trajeto — da minha casa até o meu local de trabalho — interferiam negativamente no meu estado interno e, consequentemente, na minha conduta ao longo do dia. Percebi que não poderia mudar os acontecimentos externos, mas poderia controlar o que acontecia em meu interno, nos meus pensamentos e sentimentos. Então me propus ficar mais atenta.

Estava na espera do ônibus das seis para ir ao trabalho, que não chegava. Imediatamente, outras pessoas, que também esperavam, começaram a reclamar. Já ia começar a me queixar também, quando, de repente, lembrei do propósito de não me deixar incomodar e viver o meu dia com mais alegria.

Bloqueei o pensamento de queixa e procurei conversar sobre outro assunto, um pouco mais elevado, com a pessoa que estava ao meu lado. Dessa forma, não permiti que a situação atrapalhasse o meu estado interno, que era de serenidade e tranquilidade. Experimentei uma grande alegria que repercutiu positivamente no restante do meu dia.

Mas onde buscar esses conhecimentos para dirigir a minha vida?

Eu os tenho encontrado na Logosofia. Venho aprendendo a conhecer a mim mesma e a praticar os conhecimentos, como se estivesse aprendendo a dirigir o carro da minha vida: com atenção e segurança na realização de um processo de evolução da minha consciência.