Ao recordar aspectos da minha vida me lembrei de um que ocorreu naquela idade em que queremos muitas coisas, mas que, na realidade, não sabemos o que queremos. Talvez seguir essa ou aquela carreira… quem sabe adquirir isso ou aquilo… mudar para ver como fica…

O fato é que queremos alguma coisa, mas, como ninguém nos ensinou, não sabemos querer, portanto, não temos como fixar nosso querer no que almejamos alcançar.

Quantas vezes eu, querendo realizar algo fora do meu alcance, sentia a necessidade de ter mais conhecimentos para aumentar minha confiança e dar vida aos meus propósitos. No entanto, como não sabia se era mesmo isso que eu queria, desistia, partia para outra coisa mais fácil, deixando evidente o efeito da ignorância que provocava em mim confusão e desorientação.

Ao iniciar meus estudos de Logosofia, ainda na fase de informação dos fundamentos da ciência, vi despertar algo no meu interno que me disse: aí está, é isto o que você quer. Eu saía de cada entrevista maravilhado, entusiasmado, pois sentia que aqueles conhecimentos iriam fazer de mim uma outra pessoa, eliminando a confusão e me orientando na construção de uma vida mais produtiva e de um destino melhor.

O querer, meu amigo, pertence a uma área sensível do nosso ser. Não podemos esquecer dessa realidade. Mas o problema é que acabamos esquecendo e passamos a querer tudo com a mente e o resultado é que, assim que a mente consegue o que quer, muda para outro querer.

O querer precisa ser muito bem estudado para que não seja um querer porque sim, ou querer qualquer coisa. Tenho compreendido e comprovado que se não atuarmos com o nosso sentir, não é um querer que perdure por não estarmos querendo com o coração.

González Pecotche, criador da Logosofia nos ensina que “quando se quer com o coração, se quer com a própria vida”.

Quando se quer com o coração, se quer com a própria vida

A Logosofia tem me ensinado que para querer uma coisa devo saber que despenderei muita energia, portanto, vou ter que preparar minhas forças para percorrer uma certa distância até alcançar o meu objetivo. Essa realização se dá no meu interno, onde posso fazer, com tranquilidade, uma seleção dos pensamentos superiores, dos sentimentos elevados e puros que possuo para enriquecer espiritualmente minha vida. Chegado o momento da posse, compartilho com os demais a felicidade que sinto.

Cada vez que me aprofundo em um conhecimento logosófico descubro que só querer ser dono de mim mesmo não basta, terei que saber ser esse dono.

A Logosofia é a ciência que tem esse conhecimento que estou incorporando à minha vida e que está me tornando cada vez mais confiante em ser dono de mim mesmo e me ensinando como devo saber o que quero hoje, amanhã e sempre. Para tornar isso possível, estou aprendendo a fixar esse querer, pois se não o fizer, os pensamentos continuarão fazendo gato e sapato da minha vida, fazendo com que eu mude o meu querer a toda hora.

No livro O Senhor de Sándara, González Pecotche ensina: “Queira isso como eu quis, todos os dias com a mesma intensidade, e você verá quão prontamente seus desejos serão cumpridos.”

De fato, estou conseguindo um bom resultado sem agitação e com certa tranquilidade, ao colocar em prática, em cada etapa de meus estudos, os conhecimentos que me conduzem a querer todos os dias com a mesma intensidade e isso tem aumentado a minha convicção de que, o que quero mesmo é eliminar a ignorância a com relação a mim mesmo, ser consciente do que faço e cuidar da evolução do meu espírito.


Sydnei Rocha, casado, com dois filhos e umaneta, administrador de empresas, nascido em Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, estudante, investigador e docente da Fundação Logosófica desde janeiro de 1974.