Alguns dias atrás, após sair de manhã bem cedo, senti-me repentinamente surpreendido pela força da luz do sol que banhava intensa e indistintamente pessoas, plantas, animais, casas, edifícios, veículos. Ocorreu-me, então, um pensamento: em cada caso, aquela imensa energia fornecida gratuitamente estava cumprindo constantemente uma função ímpar e indispensável sobre toda a superfície do nosso planeta, ou seja: possibilitar a criação, transformação e manutenção da vida.
Depois de caminhar uns minutos, observei uma senhora que saía de um carro, tendo ao seu lado uma linda menina de mais ou menos três anos. Ao me aproximar um pouco mais, a criança me olhou firmemente e abriu um sorriso tão encantador que sua imagem ficou gravada em minha mente. Teria ela me achado parecido com seu avô?
Continuando meu caminho, fui refletindo a respeito do ocorrido e sentindo internamente sensações inefáveis de bem-estar físico e mental, despertando indagações como: Qual a origem de tantos e maravilhosos benefícios que o ser humano recebe continuamente? Por que a grande maioria das pessoas, mesmo as bem desenvolvidas intelectualmente, mantêm-se indiferentes a fatos semelhantes que acontecem ao seu redor?
Senti, então, que havia realizado uma experiência simples, mas com vigor suficiente para gerar várias inquietudes no meu interno. Concluí que todos os bens doados diariamente ao homem, sejam lá da natureza que forem, provêm de uma única e inesgotável fonte de onde brota a Suprema Ciência da Sabedoria Universal, ou seja, do Criador.
Voltei para casa e continuei a pensar sobre os questionamentos que eu me fizera. A imagem desse Criador foi gradativamente tornando-se mais clara na minha mente, graças aos elementos positivos que a Logosofia me tem proporcionado para enriquecer minha inteligência.
Ao longo de grande parte da minha atual vida, também me conduzi como a massa de seres humanos que vivem submissos às crenças, permitindo que o governo da minha mente ficasse entregue a um “Deus” nebuloso e longínquo, ao qual só poderia ter acesso por meio de “mediadores privilegiados”. Felizmente, com os conhecimentos logosóficos, aprendi que o Supremo Criador da Ciência Universal está próximo de mim e perfeitamente acessível de forma consciente através do meu próprio espírito.
Por certo ainda serão necessárias muitas etapas de aperfeiçoamento até que eu forme uma imagem real desse Deus verdadeiro. Enquanto isso, cuidarei de manter firmes as convicções e os esforços, visando desenvolver minha inteligência e sensibilidade para que eu possa sentir permanentemente — cada vez mais fortalecida e real —a imagem do Criador no meu interno