Nos últimos dias, foi realizada uma pesquisa no lugar onde eu trabalho, com o intuito de conhecer o perfil dos funcionários da empresa. Entre as perguntas, havia uma sobre a minha posição espiritual ou religião. Olhei as opções de resposta e não encontrei uma que me descrevesse.

Não sou religioso, então nenhuma das religiões citadas se encaixava no meu caso. Ao mesmo tempo, não sou ateu, então essa posição também não me descrevia. Considero-me um ser espiritual, mas ao mesmo tempo não sou espírita, então essa alternativa também não se encaixava. Por fim, decidi preencher a opção “outro”, em que eu podia personalizar a resposta, na qual digitei: sou um ser espiritual independente de religiões.

Após responder isso, que me pareceu estar mais de acordo com minha consciência, fiquei refletindo e pensando sobre essas questões.

 

Afinal, não somos todos seres espirituais de alguma forma?

Não é isso algo universal e natural, tanto quanto a gravidade é algo que naturalmente existe e atua, mesmo que não a conheçamos? Ela já existia muito antes de Newton descrevê-la, é claro…

Seja qual for a religião, ou mesmo quando alguém se diz ateu, há sempre uma busca por uma verdade superior a si mesmo na vida, algo que possa servir de base para conduzi-la rumo a um destino que se intui ser o mais feliz ou melhor. No caso do ateu, a verdade superior poderia ser a ciência e o método científico, por exemplo.

A Energia e Força que Gera as Inquietudes Humanas

 

O que faz o ser humano querer buscar o "grande"? Por que se inquieta tanto com a própria condição de existir? Por que busca um significado para sua vida?

Para a Logosofia, ele o faz porque tem um espírito, essa entidade que anima nosso ser internamente, essa força energética que move a vontade a buscar algo mais. Essa força e energia são tão reais quanto a Lei da Gravidade, algo que pode ser comprovado por cada um, simplesmente parando e olhando para dentro de si: lá está ela! Embora invisível, como a Lei de Gravidade que atrai os seres ao chão, esse espírito atua a todo momento atraindo o ser que anima para o grande, o divino, ou para o que transcende o comum ou a sua compreensão!

Vide a incursão mental que acabei de fazer, estimulado por uma simples pergunta. Exercitando minha mente tal como sugere a Logosofia, busquei o conceito do ser humano “universal”, ou seja, aquilo que se aplica como uma verdade lógica e única, em todas as situações, diferentemente dos conceitos “culturais”, que variam de acordo com o país, com a família em que nascemos ou pessoas com as quais convivemos.

Esse esforço de buscar o “universal” é interessante e saudável para a mente, pois me estimula a pensar. A mente vai exercitando-se e a segurança ao viver aumenta, à medida em que vamos encontrando as respostas, assim como, ao conhecer a Lei da Gravidade, os engenheiros tiveram a segurança para projetar aviões e outras máquinas que nos permitem voar, “desafiando” a lei, sem infringi-la ou desrespeitá-la.

Conceitos Universais vs Conceitos Culturais: o Exemplo da Vaca

Certa vez, um grupo de adolescentes da Fundação Logosófica foi convidado a fazer uma apresentação teatral sobre a diferença entre um conceito universal e um cultural. Um personagem explicou o conceito de valor que tem uma vaca no Brasil e na Índia: “aqui ela é vista como “churrasco”, como fonte de alimento, enquanto lá é algo sagrado e divino.” Estaria aí um conceito cultural? Porém a vaca produz leite, tanto aqui quanto lá, logo é algo universal, pois independe da cultura e do local e está ligado, por lógica universal, ao conceito de vaca.

Assim sigo, como ser espiritual que sou, buscando saber sempre mais, indo em busca dos conceitos universais, pois são os únicos que dão a segurança de sempre atenderem ao chamado do meu espírito quando deles precisar, já que são eternos e inamovíveis, como a Lei da Gravidade.

Nessa condição, que me permite ser consciente de que existo, tem de haver uma razão, uma finalidade que foi pretendida por Aquele que me concebeu como tal. Essa finalidade — tenho aprendido com a Logosofia — é a de evoluir rumo à perfeição e me tornar — por meio do bem que eu for adquirindo, construindo e multiplicando — um servidor de toda a humanidade, contribuindo para sua superação a todo instante. É esse, para mim, um conceito universal, pois em qualquer lugar onde exista um ser humano, ele tem a prerrogativa de viver dessa forma.

E você, qual é sua posição espiritual?


Augusto Salles é casado, tem uma filha, é empreendedor e consultor de negócios. Gosta de ajudar pessoas, é criativo e tem interesse em temas ligados a ciência, universo e concepção humana. Iniciou seus estudos de Logosofia em 2008 e sente gosto em poder compartilhar experiências e aprendizados que teve com essa ciência.