Quem nunca se arrependeu de alguma coisa que fez, falou ou até mesmo deixou de fazer? Quem nunca pensou em voltar atrás para “engolir” as palavras que falou? Quem nunca errou? O erro era a pedra em meu sapato — todas as vezes que fazia algo que depois percebia ter sido um equívoco, sofria profundamente. Até que li no livro Bases para a sua Conduta o seguinte:

Você deverá tomar cada fracasso como princípio de triunfo, sempre que dele extraia o elemento que lhe faltou para vencer.

Eis aí, então, uma chave para diminuir o sofrimento que sentia diante dos erros cometidos. Vivi recentemente uma situação em que pude comprovar a eficácia desse conselho.

Sou professora. E uma habilidade que desenvolvi com essa profissão é a de ter bem claro o objetivo pelo qual realizo cada atividade com os alunos. Certa vez, trabalhei um determinado conteúdo; tracei muito bem quais seriam os objetivos a alcançar e, ao final, preparei uma avaliação para verificar se os alunos tinham assimilado o que havia sido trabalhado.

Após receber a devolutiva, iniciei a correção. Observei que alguns alunos não estavam cumprindo com um dos requisitos que eu havia enfatizado durante as aulas. Voltei ao comando da atividade, e eis a minha surpresa: tal requisito não estava expresso no comando como sendo obrigatório. Um erro crasso para a minha rigidez – e amor-próprio. Surgiu então o dilema: avaliar ou não aquele quesito? Alguns pensamentos argumentavam, “você disse em sala de aula, então qual o problema de cobrar?”; em contrapartida, outros diziam, “mas você não será justa, pois a informação não estava clara no comando”.

Passados alguns instantes, recordei-me do conselho: “(…)tomar cada fracasso como princípio de triunfo(…)” — estava aí a oportunidade para eu extrair da experiência o elemento que me faltara para vencer, tornando aquele erro uma oportunidade de aprendizado.

O retrabalho seria grande, pois deveria refazer a correção de quase todas as atividades, mas a decisão de cultivar a flexibilidade – e a modéstia – encheram meu dia de alegria.

Ao final, levei menos tempo para refazer as correções do que havia imaginado, aprendi a revisar os comandos das atividades antes de enviar aos aluno e, o mais importante: como é libertador enxergar o erro como uma oportunidade de acerto no futuro!