A maioria das pessoas tem boas recordações dos seus tempos de escola. No entanto, se perguntássemos sobre algum conceito ou valor que marcou sua trajetória de vida, o que responderiam?
Ao se fazer uma breve análise da atual educação fornecida nas escolas de ensino fundamental, médio e universitário, verifica-se a presença, em grande parte, do estudo exclusivo de conceitos básicos de cada disciplina. O aluno aprende sobre o alfabeto, depois sobre polinômios, estudando até mesmo a divisão celular humana.
Mas seria o ensino dessas disciplinas suficiente para a formação de seres humanos livres, capazes de criar pensamentos próprios, opiniões, ideias, e serem donos de sua própria vontade?
Observa-se que muitas crianças e jovens da atualidade têm como principal finalidade obter desempenhos satisfatórios nas provas e passar para o ano seguinte. Chegado o tal ano, o objetivo é o mesmo; assim transcorre o ensino médio e, para muitos, até mesmo o universitário. Terminado esse processo, evidencia-se nos seres humanos, infelizmente, uma gradual paralisação de uma área da mente responsável pelo estudo, uma vez que o estímulo à aprendizagem formou-se apenas para a sala de aula.
Deparamo-nos, em muitos casos, com um adulto que não utiliza todo o potencial das faculdades de sua inteligência, como as de raciocinar, de pensar e de julgar, por exemplo. É um adulto com pouca liberdade para pensar, atrelado àquela modalidade mnemônica de estudo, baseada no estímulo à faculdade da memória e habituado a estudar com objetivos de curto prazo.
Constata-se que a educação infanto-juvenil deveria pautar-se em conceitos que fortalecessem a mente da criança e do jovem, criando nelas defesas para que esses seres humanos sejam capazes de enfrentar as lutas da vida adulta. O valor do esforço, a importância da amizade e do seu cultivo, a necessidade do afeto nas relações humanas são alguns temas que poderiam ser abordados.
Pode-se evidenciar, frente a esse panorama, a real necessidade e utilidade do ensino desses valores e conceitos à criança e ao jovem. Tais conceitos estimularão o uso de todas as faculdades da inteligência, contribuindo para a formação de seres humanos mais livres e fortalecidos psicologicamente.
Assim, ao serem indagados sobre a questão inicial deste artigo, muitos poderão responder: “Sim, tomei contato na escola com um conceito que marcou minha trajetória de vida”.