“Palavra de Deus”, eis uma expressão que geralmente é entendida como mensagem de livros sagrados pertencentes a religiões as mais diversas. Existe, porém, uma escritura divina que não pertence a religião alguma e que está ao alcance de todos os seres humanos. Essa escritura nos remete ao Criador de todas as coisas, o Deus Universal que paira acima de tudo. Nesse contexto de escritura do Criador, destacarei aqui apenas duas mensagens: a do fóssil e a do firmamento.
O que são os fósseis? E o que nos dizem os fósseis?
Foi somente a partir do século XVIII, por influência do rigor na apreciação do Universo introduzido na Ciência a partir de Galileu, é que os fósseis passaram a ser interpretados como fontes fidedignas de informações a respeito da história de nosso planeta. Por meio deles, os paleontólogos puderam ler um passado que diferia muito do acervo de inúmeras crendices tradicionais. Viu-se que a Terra não começou a existir há apenas 6 mil anos, mas sim há milhões de séculos. Por outro lado, os seres e as coisas não tiveram sempre a mesma forma, tais como os vemos hoje em dia, tendo havido enormes mudanças em todos os reinos da natureza.
Na rocha, no gelo, no piche, nas resinas e nas cavernas, Deus deixou escritos, com a pluma dos ossos e dos caules, das conchas e dos ovos, bem como das pegadas e de outros vestígios, os capítulos de uma história real, capaz de nos dar a justa visão do passado geológico da Terra, com dados consistentes sobre datação, catástrofes, transformações, surgimento e ocaso de seres e de eras, tudo em obediência às Leis da Evolução.
Os restos e os vestígios de seres como os dinossauros, por exemplo, quando submetidos ao poder interpretativo da Ciência Moderna, cujos métodos se aperfeiçoam continuamente, nos põem em contato direto com a Palavra de Deus neles impressa, relatando-nos o que foi mesmo que aconteceu nos remotos tempos da vida sobre a Terra. E essa Palavra Divina nos é mais inteligível quanto maior é o conhecimento alcançado no terreno científico.
E Deus também nos fala na linguagem da luz. Com o avanço do conhecimento científico, aprendemos que os astros luminosos do firmamento não são pedrinhas reluzentes incrustadas num veludo negro, nem fogueiras acendidas por alienígenas, nem tampouco o lúmen dos deuses que invadiram o imaginário de religiões. Se levantamos para o firmamento olhos com conhecimento, podemos ler infinitas informações nele escritas por Quem criou as estrelas.
Na luz que nos chega Deus nos escreveu a respeito de distâncias e durações, de grandezas e extensões fantásticas, de espaços e tempos imensuráveis. Na correta interpretação dessa luz, ficamos sabendo que as ondas que hoje atingem nossos olhos podem ter viajado por milhões de anos através do espaço e que, em muitos casos, as estrelas que as emitiram já explodiram também há milhões de anos.
Durante suas vidas, elas foram criando, em temperaturas cada vez mais altas, átomos cada vez mais pesados, que se espalharam pelo Universo depois da explosão; átomos que formaram tudo, inclusive nossos olhos, os olhos com que lemos o que Deus escreveu no fóssil e no firmamento, dizendo-nos, até mesmo, que somos pedaços de estrelas.