Existem expressões axiomáticas e premissas que evidenciam a verdade, que se explicam por si sós. Há, não obstante, algumas situações nas quais a verdade pode se expressar, que podem ter maior ou menor repercussão, dependendo da situação ou da natureza à qual se ajustam.
Para ser mais claro, vou exemplificar: um engenheiro civil, ao perceber uma rachadura em uma parede, poderá diagnosticar com precisão o motivo da ocorrência dessa rachadura.
Em outra situação, o comportamento estranho do volante de um automóvel, quando este ultrapassa uma determinada velocidade, também evidencia problemas que uma pessoa com conhecimento de causa poderá facilmente diagnosticar, relacionado ao balanceamento das rodas.
Considerando outra realidade, pode-se constatar, por exemplo, que o bem-estar fisiológico ou psicológico, em determinado nível de complexidade, pode ser facilmente diagnosticável. Podemos afirmar que é perfeitamente compreensível que uma pessoa, tendo desenvolvido intensas atividades físicas, quer por exigência de seu trabalho, quer por lazer, sinta sede, fadiga ou indisposição.
O mesmo ocorre no aspecto psicológico com aquela pessoa que é submetida, por algum motivo, a uma situação mais opressiva no desenvolvimento de seu trabalho, em um episódio familiar mais intenso ou até mesmo em uma situação de lazer, tal como estar vendo seu time do coração passando por apertos, durante uma partida.
Parece-me bem compreensível que, com relativa facilidade, possa-se perceber e compreender com clareza o que acima se está apresentando: é um exercício de causa e consequência. Porém, uma condição que me acompanhou por longo tempo foi buscar entender minha realidade interior quando, por alguma causa, se promovia em mim um nível de instabilidade que me fazia dizer e fazer coisas absolutamente fora da minha expectativa. Tal expectativa poderia ser de tratar bem as pessoas, de buscar ser feliz ou de ajudar os demais.
Não sei se isto ocorre com você, porém, não era raro eu me encontrar em situações onde eu falava e atuava de tal modo que gerava desconforto em outros seres, bem como em mim, e — o que era ainda pior — para seres que me eram muito caros, por quem eu cultivava uma estima pessoal.
Quantas não foram as situações nas quais eu dizia coisas que, logo que passava o arroubo instantâneo, sentia forte arrependimento e queria muito poder resgatar o que havia dito ou feito…. Tinha o desejo de “rebobinar a fita” e apagar o episódio propiciado por mim. Inquietava-me o fato de não identificar a causa, ou identificar, porém de forma incompleta, as que provocavam aquelas situações tão pouco desejadas.
Devo declarar que tratar dessa realidade atualmente me enche de ânimo e entusiasmo, contudo nem sempre foi assim. O ponto de inflexão para a mudança dessa realidade se deu quando comecei a me investigar com base no que eu aprendo com os estudos de Logosofia.
Esses estudos que tenho feito nos livros logosóficos me oferecem aportes muito especiais, que estão ampliando meu entendimento sobre temas e coisas que nunca havia suspeitado que poderiam acontecer. Um desses temas é relativo aos pensamentos, nas mais variadas formas de atuação em mim.
Lembram-se do que apresentei inicialmente sobre o engenheiro e o motorista experiente? Pois então, eles têm clara noção de causa e consequência, e isso auxilia muito na intervenção para obter a solução do problema que o entendimento primeiramente identificou.
Em uma obra intitulada “O Mecanismo da Vida Consciente”, encontrei um texto no qual o autor adverte que nem tudo o que penso e sinto tem relação direta com o que efetivamente eu gostaria de pensar e sentir. Eu fiquei “congelado”, pois percebi naquela advertência um tema que eu deveria estudar, já que muitos dos episódios que eu vivera apresentavam nítida relação com o que eu acabara de ler. Muitas vezes eu havia cedido à pressão de pensamentos que, passado o momento de arrebatamento, definitivamente não estavam de acordo com minhas mais nobres e leais aspirações. E, se não estavam de acordo com o que eu sentia, por que então havia feito aquilo?
No mesmo livro, encontrei outra afirmação:
Todo ser racional e consciente, que toma contato com nossa concepção, sente que ela toca e comove sua própria realidade interna, e que não só satisfaz plenamente, com suas explicações, os fatos incompreendidos da vida, mas também responde, com segurança, às indagações pendentes, apresentando à inteligência outras mais profundas, que em seguida ajuda a transformar em conhecimentos.
Essa afirmação me estimulou a investigar a mim mesmo para compreender melhor as questões que muito me inquietavam, como as que relatei acima, e para as quais não havia encontrado explicações plausíveis, que pudessem fazer com que eu mudasse minha forma de ser e evitasse viver episódios que me causavam tanto desconforto.
O que posso dizer a você é que os resultados desses estudos têm ampliado muito meu potencial de ser mais equilibrado, mais sensato e muito mais dono de mim. A segurança e confiança internas adquiriram níveis muito acima das expectativas que eu tinha quando comecei a fazer os aludidos estudos.
Atualmente, percebo com clareza que entender o motivo pelo qual uma pessoa, sob pressão, apresenta um desgaste físico, ou até mesmo psicológico, já é mais fácil. Parece-me um conhecimento relativamente dominado. O grande desafio a ser vencido é o de estabelecer controle sobre o próprio pensar e o próprio sentir, em todas as circunstâncias da vida. Com os resultados que tenho conquistado, tenho clareza de que caminhar nessa direção é possível, e perceber o quanto eu já avancei me enche de felicidade. Estes estudos propiciaram a conquista de conhecimentos de natureza superior, capazes de permitir que eu compreenda melhor a mim mesmo, ampliando assim minha capacidade de dar maior vazão aos meus potenciais humanos.
Com base em tudo que tenho vivido nestes estudos, posso afirmar que, efetivamente, “O conhecimento amplia a vida, conhecer é viver uma realidade que a ignorância impede desfrutar”
(Do livro “Exegese Logosófica” disponível em < https://logosofia.org.br/livros-e-artigos-do-autor/>