“A formação ética de uma pessoa depende de certos fatores e, muito especialmente, do cultivo que se faça de suas qualidades morais e sensíveis.” González Pecotche.
Quando viemos a esse mundo trouxemos em nossa bagagem algumas qualidades morais e sensíveis e com elas a responsabilidade de dar continuidade ao cultivo de valores elevados para aumentar o conteúdo dessa bagagem.
Mas, as obrigações profissionais, as distrações, os passeios, as viagens e as atividades físicas, exigem uma dedicação quase que exclusiva, ocupando o nosso tempo durante dias, meses e anos. Daí termos deixado de pensar e sermos conduzidos por pensamentos de interesses puramente materiais e, como consequência, o nosso elevado propósito de cultivar valores ficou em segundo plano e postergado para quando tivéssemos tempo.
Lutei muito para conquistar um espaço para mim mesmo. Procurei aqui, ali, por todos os cantos até que me vi diante de algo que me entusiasmou e que me comoveu profundamente: realizar um processo de evolução consciente ensinado por González Pecotche, criador da ciência logosófica.
Fui compreendendo, então, que minha consciência era essa bagagem que, ao realizar o meu processo, eu estaria abastecendo com conhecimentos de elevados valores, morais e sensíveis.
Valores que Contribuem Para Uma Boa Convivência
O valor que passei a cultivar inicialmente foi o pensamento de tolerância, uma vez que iria me reunir com outras pessoas para trocar ideias, realizar estudos, trabalhar em conjunto, enfim, pessoas com quem pretendia conviver e a tolerância é uma virtude indispensável para que haja uma convivência harmônica.
A tolerância e a paciência andam de mãos dadas e trazem para o nosso convívio o respeito por nosso semelhante. Nos casos em que for necessária alguma ação de nossa parte, ao atuarmos com a virtude da paciência, estaremos construindo uma convivência mais amena, mais produtiva e, portanto, mais feliz.
Mas, nem tudo são flores no relacionamento com o nosso semelhante, pois em ambos os lados, os problemas são semelhantes, dificultando todo o tipo de convivência. É aí, então, que precisamos buscar recursos que nos ajudem a enfrentar e superar essas dificuldades. E a ciência logosófica tem me apresentado inúmeros recursos, com base em princípios éticos superiores, para se alcançar uma boa convivência comigo mesmo e com os meus semelhantes.
O que tem me ajudado nos momentos em que, por exemplo, um pensamento de aspereza, que sufoca meus sentimentos, está me forçando a atuar descabidamente, é o recurso de me lembrar, a todo instante, que esse pensamento de aspereza pesa uma tonelada e que isso incomoda e dificulta o meu relacionamento com os demais. Portanto, devo sempre me colocar na posição de ser educado, agradável e afável.
Quando atuo com bom humor, com tolerância, alegria e respeito, consigo tratar o meu semelhante com naturalidade, o que faz com que fique à vontade para conversas, diálogos e trocas de experiências. Quando estou na Fundação Logosófica, ambiente adequado para realizar os meus estudos sobre temas relacionados com o meu ser interno, aproveito a oportunidade para compartilhar o que sinto e penso e o que pensa e sente o meu semelhante, de forma natural e espontânea.
Tem ficado cada dia mais claro para mim que nos relacionamentos é importante sermos circunspectos e discretos para não incorrermos no risco de emitirmos juízos sobre nosso semelhante sem prudência, sem tato e sem fundamento.
Tenho cuidado dos conhecimentos que possuo, uma vez que, eles são parte integrantes da minha vida e conduzem a minha evolução. Tenho, ainda, procurado fazer com que aqueles com os quais me relaciono, também os respeitem, dando o meu exemplo de uma conduta ética e demonstrando segurança ao expressar a verdade que sinto.
Minha sensibilidade é a que me coloca em equilíbrio para que, através do afeto e do respeito, eu expresse uma conduta cortês, delicada e amável e que me auxilia na fixação dos conhecimentos adquiridos. Também observo que ao atuar com os elementos mencionados, recebo, por correspondência, o mesmo tratamento.
O respeito e a confiança se forjam quando repetimos, sem trégua, os bens que vamos conquistando com a nossa evolução e, ao mesmo tempo, colaborando com a evolução do nossos semelhantes.