Escrever sobre meus sentimentos e pensamentos em relação ao meu pai biológico, o sr. Augusto – aquele que me deu a vida física – pode soar subjetivo para quem lê este artigo. No entanto, as memórias afetivas das experiências compartilhadas durante a infância, adolescência e início da juventude, evidenciam, para mim, o amor, o afeto e a preocupação daquele homem com o bem-estar e o futuro dos seus filhos.
Muitos seres passam pela vida sem reconhecer nem expressar gratidão àquele que realizou sacrifícios e lutou para proporcionar uma vida melhor aos seus queridos filhos.
Eu pude fazer isso quando, por ocasião das comemorações da minha formatura na faculdade, escrevi uma cartinha para meu pai, na qual expressei meus sentimentos de amor e afeto, em reconhecimento ao bem que ele havia feito a mim e aos meus irmãos. Muitos anos depois, quando ele estava prestes a falecer, disse-me que ainda carregava, em sua carteira, a missiva já amarelada pelo tempo, com manchas – quem sabe – de furtivas lágrimas.
Agora me deparo com outro desafio: expressar minha gratidão a alguém que não conheci fisicamente, mas que se tornou meu guia espiritual por ter me dado acesso à maior riqueza – sua sabedoria.
Escrever sobre o que sinto e penso a respeito de González Pecotche – Mestre Raumsol, o autor da Logosofia – é uma tarefa complexa. Mesmo sem ter tido contato físico com ele, minha vida foi, e continua sendo, profundamente marcada pelo conhecimento transcendente que generosamente deixou à disposição de todos que buscam encontrar quem os oriente a serem melhores internamente.
Os ensinamentos de Raumsol sustentam uma vida interna equilibrada, mental e moralmente sã, e espiritualmente fundamentada na verdade e na realidade.
Suas palavras de bem são de elevada transcendência e penetram na alma, levando-nos a apreciar a grandeza e o sentido da vida. Esses pensamentos tornam-se autoridades internas, advertindo e ensinando a viver conscientemente a verdadeira vida do espírito.
O Mestre Raumsol se faz presente na vida daqueles que aprendem a extrair, diretamente de seus ensinamentos, as orientações que se fixam na consciência individual.
Qualquer tentativa de descrever sua figura metafísica seria limitada, pois ela está espalhada em sua imensa sabedoria, retratada em seus livros, assim como Deus se reflete em toda a Criação.
Sou imensamente grata por ter entrado em contato com seu Verbo ainda na juventude, uma etapa em que aspiramos transformar o mundo. Ele me ensinou que eu deveria primeiro modificar meu mundo interno, para que, pelo exemplo vivo, pudesse inspirar os demais sobre o valor de viver sob a égide de um guia espiritual.
Meu pai Augusto me deu a vida física; entretanto, Raumsol, meu pai espiritual, tem me permitido estender essa vida para uma existência plena.