Tempos atrás participei de uma imersão profissional de três dias. Já me sentia cansada quando a facilitadora propôs uma dinâmica em grupo para recordar os melhores momentos da vida. Vi a fisionomia de cada pessoa que compartilhava as experiências se iluminar, brilhar, se alegrar, deixando de lado o cansaço dos dias. Os relatos refletiam o que cada participante tinha de melhor.
A essência humana estava presente. O ser humano tem um potencial lindo para o bem, o justo e o belo. Mas as preocupações, o medo e os problemas comuns da vida adulta acabam por soterrar e sufocar o sentir puro e legítimo pela vida, gerando um campo de força que desgasta as energias internas.
O terceiro dia do curso criou vínculos, cumplicidade e simpatia entre todos.
Na realidade, nos primeiros dois dias, ouvi relatos bem diferentes. Gestores de empresas compartilharam suas experiências profissionais com certa arrogância, manifestando pensamentos de vaidade e falta de compreensão em relação aos erros de seus subordinados.
Como investigadora da Logosofia há alguns anos, aquele panorama se transformou em um laboratório. Refleti que a configuração da psicologia humana, em sua essência, é boa e pura, mas a máscara da persona que nos fazem colocar desde a infância leva à criação de dois seres habitando o mesmo corpo. Como lidar com essa dualidade que representa o bem e o mal em nós?
O método logosófico ensina a observar o mundo mental – o mundo dos pensamentos que se movimentam constantemente – como se fosse uma praça pública, onde muitos deles nos fazem perder tempo com coisas sem importância para a vida.
O método favorece uma formação por dentro . Enquanto por fora adquirimos diplomas, títulos e posições hierárquicas nas empresas, por dentro continuamos a nutrir as mesmas questões, contrariedades e ranços por anos. Mas, com a aplicação da lupa logosófica, as lentes do entendimento são trocadas, e tudo o que vivemos passa a ser útil para evoluir e avançar.
A Logosofia ensina a manter um estado consciente, que nos transforma em uma espécie de arqueólogo, conduzindo-nos pelas mãos a descobrir o que há de precioso em nós.
O que fazemos no dia a dia nos afasta ou nos aproxima do nosso melhor? Quanto mais se vive com consciência, como se fosse uma imersão em si mesmo, mais próxima está a felicidade. A Logosofia nos concilia com quem somos de verdade, porque nos leva a gerenciar o sentir, o pensar e o próprio comportamento.