Espiritualidade

Cultivando as defesas mentais

julho de 2025 - 5 min de leitura
Espiritualidade

Cultivando as defesas mentais

julho de 2025 - 5 min de leitura

A Logosofia me tem permitido ser um verdadeiro pesquisador de mim mesmo. Além de me fazer um bem muito grande, essa prática me tem permitido contribuir com a humanidade mais próxima, ou seja, com as pessoas que convivem comigo. Aos poucos, estou cultivando defesas mentais – “soldados” internos que me ajudam a vigiar minha própria conduta. Ao unir essas defesas, que são pensamentos, aos sentimentos mais nobres, estou gradualmente deixando de ser quem eu sou para me tornar quem eu aspiro ser. 

Uma imagem que tenho retida em minha mente e que constantemente procuro recordar é o arquétipo que criei para mim mesmo: o Victor que eu aspiro ser em um, cinco ou dez anos. Um Victor mais responsável, paciente, valente e feliz. E, se eu não crio essa imagem, vou caminhar devagar ou até mesmo estagnar. Além disso, posso recordar também do percurso traçado até que, aos poucos, eu possa me aproximar desse novo ser, aprendendo com os erros e transformando-os em oportunidades de acertos. Sinto e comprovo que é muito melhor viver assim!   

Simultaneamente à valorização das próprias condições e qualidades, impõe-se a criação de um personagem cujo arquétipo poderia ser você mesmo. Induza-o a realizar toda sorte de ações nobres, façanhas, gestos virtuosos, e observe as situações em que se coloca, para ajudá-lo a sair-se bem delas, caso incorra em desacertos. p. 221

Já que tenho à disposição tantos recursos para mudar, penso que é lógico que eu deva evoluir. E isso, aos poucos, vai tornando-se uma responsabilidade pessoal: envolver meu próprio espírito na minha vida. Estabelecer um compromisso comigo mesmo. Mas como isso ocorre na prática?  

Vivi uma experiência com uma pessoa muito querida, que tem sido em minha vida mais um estímulo para atuar com acerto. 

Num dia chuvoso, antes de sair de casa, tive um pensamento de que poderia bater o carro, e dessa forma propus dirigir com mais cuidado. Fui até a casa da minha namorada para poder buscá-la. Ao sair da casa dela, vi um carro tentando estacionar e que, ao engatar a ré, bateu no meu carro. Como essa foi minha primeira batida de carro um turbilhão de pensamentos de todos os tipos invadiu minha mente. Sabe quando na mente os pensamentos vão como que se atropelando? Meu coração disparou, sinalizando que algo estava errado. Em poucos segundos, observei pensamentos defendendo meu propósito de ser um exemplo: eram minhas defesas mentais. Então, olhei para minha namorada e, recordando o acordo feito comigo mesmo, exclamei: “Ixe, bateu!”.  

Em minha mente, tudo se encaixou: não havia sentido em reagir de forma negativa. Em vez disso, eu deveria adotar, naquele instante, uma boa conduta, digna do Victor que estou criando. Então, decidi resolver o problema de maneira rápida, serena e eficaz. 

A moça que bateu no meu carro havia passado da entrada para a qual se dirigia, o que causou o acidente. Apesar da chuva, cumprimentei-a de forma cordial, e os pensamentos negativos, como o da irritabilidade e da impulsividade, que tinham tudo para atuar, não se manifestaram. Com calma, disse-lhe que essas coisas acontecem, e que a chuva pode reduzir a visibilidade. Propus que resolvêssemos a situação juntos. Ela consentiu, um pouco surpresa com minha conduta. Tirei algumas fotos do local do acidente, de diferentes ângulos, que comprovaram claramente o ocorrido. Em seguida, disse que faria o boletim de ocorrência online e pedi o documento e o número do celular dela. 

Quando entrei no carro, minha namorada virou-se para mim com uma expressão admirada e perguntou: “Como pode? Resolveu tão rápido… Está tudo bem?”  

Respondi: “É, deixei o meu espírito participar”. 

Por que falei isso para ela? Na concepção logosófica, o espírito representa a parte boa, inteligente e justa que carregamos dentro de nós, e que está mais próxima do que imaginamos. Conversamos bastante sobre o ocorrido e sobre os pensamentos que me levam a reagir irrefletidamente, afastando essa parte tão especial. Já em casa, nós nos divertimos muito fazendo o boletim de ocorrência. Foi realmente muito engraçado! Brincamos com a situação e ela ajudou a transformar o problema em algo simples de se resolver.  

A partir daí, tudo transcorreu conforme o planejado. Em uma situação que seria estressante e complicada para muitos, eu fui o principal beneficiado por ter cultivado defesas mentais sólidas e por ter agido com inteligência e consciência. 

Sinto que essa experiência foi fundamental para me fazer perceber que sou capaz. Na hora da batida, consegui mudar meu estado interno e senti-me muito feliz com a minha conduta, por fazer um bem. Refletindo sobre como a Logosofia repercute em minha vida, perguntei: quais foram os pensamentos e sentimentos que me moveram a atuar daquela forma? E será que preciso sempre estar com alguém especial para experimentar essas mudanças? Não basta estar apenas comigo? 

São muitos os pensamentos limitantes que ainda atuam sem o meu consentimento, como, por exemplo, a presunção, a vaidade e a suscetibilidade; desses decorrem os que eu observo claramente como a impaciência e a irritabilidade. Refleti que preciso estar mais atento para observar, experimentar e evoluir, superando-os. 

Tenho comprovado, conforme ensina a Logosofia, que o maior dos exercícios espirituais consiste em vigiar e controlar as próprias ações e pensamentos para atuar com pleno domínio de sua vontade. 

Penso que seja necessário evitar qualquer interrupção nesse processo. Preciso buscar no conhecimento logosófico os elementos que sustentem a convicção por trás de um bom comportamento e aplicá-los consistentemente, mesmo nos momentos mais simples e cotidianos.  

Isso me leva a criar um arquétipo baseado em experiências reais e ativas, que demonstram e comprovam e existência das Leis Universais e estimulam-me a ser útil à humanidade ao meu redor. 


Um pensamento de

 Victor Miranda Maia
Engenheiro Civil

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