É curioso como, de repente, passamos por experiências que trazem grandes aprendizados e ficam gravadas para sempre em nossa consciência.  

Experimentei agradáveis surpresas ao fazer uma viagem a um destino lindo, onde a natureza destacava-se de maneira exuberante! Visitei lugares maravilhosos, enfrentando o grande desafio de conviver por um bom tempo com pessoas desconhecidas. 

Foi literalmente uma imersão, pois fiquei desconectada do resto do mundo a maior parte do tempo. 

O roteiro foi longo e difícil, com trechos inóspitos, porém cercados de beleza e delicadeza desmedidas. Realmente, merecia um olhar diferente!  

Com o olhar do entendimento e uma observação atenta, encontrei maravilhas e respostas para muitas inquietudes. A natureza é nossa primeira mestra e ela sempre tem algo a ensinar. 

A programação era bem intensa, mas uma atividade exigiu muito de mim: o rafting! Considerado um esporte radical e praticado em grupo, muito apreciado pelos amantes da adrenalina, consiste em descer o rio em um bote inflável enfrentando corredeiras e superando obstáculos. 

Foi uma oportunidade para enfrentar meus medos; senti como se estivesse em um laboratório da vida, vivendo uma experiência incrível que culminou em muitas reflexões. 

Antes de iniciar esse desafio, passei por um longo processo, pois o medo ameaçava minha vontade e paralisava minha mente. Mesmo com as informações sobre a segurança do esporte, eu não queria correr nenhum tipo de risco. 

No transcorrer da viagem, todas as pessoas decidiram envolver-se na atividade. Refleti bastante sobre a oportunidade de estar naquele local, com aquelas pessoas, e percebi que provavelmente não teria outra chance como aquela. Então, decidi participar com o conjunto. Penso que agi com a razão e o coração; havia uma unidade entre o meu pensar e o meu sentir.  

Recordo de uma estudante de Logosofia que relatou algo semelhante ao enfrentar o mesmo dilema diante da exploração de uma caverna. Inspirei-me no exemplo dela, ao buscar entender o porquê de relutar fazer algo que foi pensado, planejado e preparado seguindo todas as normas de segurança. 

Recebemos instruções e treinamento de um guia que iria acompanhar-nos durante todo o percurso, e, ao adquirir esses conhecimentos, fui serenando minha mente e tornando-me mais confiante. 

Ao começar a descer o rio, fiquei um pouco insegura e percebi que alguns pensamentos negativos estavam apossando-se da minha mente. Mas, fazendo uso de um pouco de coragem, não permiti que eles ficassem, pois já havia aprendido que esses pensamentos são como hóspedes não gratos. Consegui recolocar-me, apreciar o passeio e a nova experiência. 

O som do rio provocou em mim algumas reflexões: o fluxo do rio é sempre para a frente e, ao encontrar obstáculos, ele contorna-os e segue, evidenciando o valor do tempo e da adaptação. Encontrei calmaria logo após as águas turbulentas, o que exigiu de mim atenção e cuidado, semelhante aos problemas que surgem de repente. O rio apresentava também várias bifurcações que poderiam levar a lugares diferentes e perigosos.  

Isso me fez refletir sobre a importância de ter um guia com conhecimento e experiência, que nos conduza com segurança por caminhos difíceis, iluminando nossa inteligência, para fazermos melhores escolhas. 

A Logosofia ensinou-me que o conhecimento faz com que sigamos firmes e confiantes; que haverá momentos e situações em que será necessário rever estratégias, mudar rotas, mas que essas mudanças devem ser conscientes. 

Aprendi a confiar em mim mesma, entendendo que a vida é luta e que podemos enfrentar medos e temores com mais coragem, tornando a luta mais amena. O uso constante da observação e do pensar permitiu-me alcançar resultados mais felizes e de superação. 

Na descida do rio, as lutas não foram fáceis, mas essa foi uma das experiências mais ricas que vivi. Adorei a aventura! Obtive vários aprendizados que me proporcionaram alegria e confiança, além de conseguir trocar o temor pelo valor.