Uma pergunta recorrente é se existe somente uma verdade ou se há várias verdades. Esta sempre foi uma das inquietudes mais debatidas por filósofos e pensadores, além de sociólogos e psicólogos.
Muitos chegaram ao consenso de que cada um tem a sua verdade. Seria isto uma possibilidade? Seriam mais de 7 bilhões de verdades ambulando pelo mundo. Parece mais um contrassenso, e certamente o é. Mas então o que seria uma verdade verdadeira?
Podemos inferir que há uma Verdade e que ela é a Criação, tal como estamos tentando desvendá-la. Esta Verdade, de acordo com o que tenho estudado com a Logosofia, é a concepção suprema do pensamento do Criador. Ela se espelha em tudo o que foi criado e podemos ler esta verdade na natureza e nas leis que regem o universo.
Então, por que temos essa sensação de que “a minha verdade é mais verdadeira do que a do semelhante”? O que muda de uma pessoa para a outra?
Tenho entendido que se chega à verdade pelo conhecimento, e que o caminho para a aproximação às grandes verdades é feito pelas faculdades da inteligência, sem a ingerência dos preconceitos e, tampouco, da acomodação de crenças e pensamentos pré-estabelecidos. Estes últimos nos paralisam e nos fazem defender pontos de vista que costumam estar a mil léguas da verdade.
O que ocorre é que, nesse caminho, por estarmos ainda longe da apreensão de uma verdade, temos percepções que muitas vezes nos enganam por sermos muito agarrados ao ponto onde estamos, sem querer seguir adiante, investigando e buscando com a observação, a reflexão e outras faculdades, a possibilidade de julgar com independência.
A percepção é uma forma de “sentir” uma realidade. Vamos dar como exemplo a Lei do Tempo, que é inexorável, mas é certo que uma hora na cadeira do dentista parece muito mais longa para nós do que a mesma hora com o ser pelo qual nos apaixonamos. Embora a medida de tempo seja a mesma, a percepção é diferente.
O que podemos chamar de percepção? É, segundo meu entendimento, a visão que temos do ponto onde nos encontramos na busca de uma verdade. Para que ela seja plena e verdadeira, precisamos ter uma só coisa: conhecimento. Quanto mais conhecimento, mais nos aproximamos da verdade. A crença, por sua vez, imobiliza-nos na busca da verdade.
Estamos num tempo, numa cultura e numa sociedade onde se espalham boatos, artigos tendenciosos e crenças ideológicas ou religiosas que passam
longe da verdade. Em alguns casos, as informações têm em seu bojo tendências gritantes que todos podem observar, outras vezes são sutis e, neste caso, a argumentação falaciosa do sofista acaba enganando os mais desavisados.
Então, qual a grande verdade e onde a podemos encontrar? A Logosofia tem me ensinado que certamente a encontramos pela busca de informações procedentes, pela atitude reflexiva da mente e pela escuta do que diz o nosso coração.