Será que Deus me escuta se eu só pensar? Ou será que tenho que expressar ou externar em palavras minhas orações até Ele?
Será que posso “inventar” minhas próprias orações ou só valem essas já prontas?
Recordo-me desses questionamentos na minha adolescência. Certa noite, no entressonho, eles surgiram em minha mente como frutos de questões vividas durante o dia e que ficaram ali, no interno, como perguntas esperando respostas.
Os anos seguiram em frente, volta e meia um ou outro questionamento voltava; inquietudes movimentavam o interno para ir em busca de estudos diferentes, de conversas diferentes e, por vezes, até bater em portas onde os mistérios da criação poderiam ser resolvidos “facilmente”, sem o uso próprio da inteligência.
Busquei aqui e ali, mas nada satisfazia essa e outras inquietudes que eu tinha. As coisas que ia encontrando eram confusas e, muitas vezes, pareciam só alimentar um vazio existencial.
Isso não era um problema de ordem física para mim, mesmo estando tudo certo na minha vida, às vezes, sentia simplesmente que estava tudo errado, … e não sabia o porquê! Movida por essa e outras inquietudes segui buscando leituras, cursos, palestras, associações de pessoas e mergulhando cada vez mais no trabalho.
Mas, um belo dia, mesmo sem saber ao certo o que eu buscava, encontrei algo que se diferenciou muito do que eu já havia visto:
Foi aí que me deparei com ensinamentos e estudos de outra hierarquia.
Hierarquia espiritual.
Mas o que isso tudo tem a ver com aquelas questões iniciais?
Como aquela pessoa que de tanto buscar algo, chega o dia que se depara com a mais lógica das respostas!!!
Foi assim que ocorreu…
Vejamos a resposta que encontrei no seguinte ensinamento da Logosofia:
“Não se conforme somente com saber que Deus existe. Você deve senti-Lo através das manifestações conscientes de seu próprio espírito; isto lhe será possível à medida que consiga penetrar nos conhecimentos que conduzem a Ele. Esses conhecimentos o ajudarão a forjar uma conduta meritória, uma conduta que será ao mesmo tempo uma oração; a única que Deus admite: a conduta honrosa, forjada através de todos os dias da vida. Eis aí a mais bela das orações, a mais eficaz das preces; eis aí a verdadeira súplica: a que expressa uma verdade consubstanciada com a própria vida. ” Do livro Bases Para Sua Conduta
Essa resposta, longe de se constituir em algo pronto e acabado, me levou a outros movimentos mentais e sensíveis e despertou forças adormecidas desde os ternos anos da infância e adolescência. Despertou, lá nas profundezas da alma mesma, a vontade de ser melhor, senti como que um misto de alegria e um espanto.
Descobri que aquilo que eu sentia era fruto de uma doença do vazio, uma vez que não tinha conhecimentos que amparassem as minhas inquietudes espirituais.
E hoje posso dizer que não sinto mais esse vazio, pois fui compreendendo como eu posso fazer da minha conduta uma sincera e verdadeira oração. Que é através do conhecimento e do esforço para me superar; fazendo o bem a mim mesma e aos demais, que expresso minha gratidão a Deus, pelo uso dos recursos inteligentes que Ele me oferece.
Compreendo que fazendo da conduta diária uma oração, estarei sendo digna da vida que Deus me presenteou e estarei aproximando meu espírito de seu grande espírito Universal.