Quem na sua adolescência não aguardou ansiosamente pelos seus 18
anos?
Na minha realidade, recordo a expectativa que tinha para conquistar mais
liberdade, poder dirigir e ingressar numa universidade. Eis que chega a idade tão esperada, e as expectativas passam a ser outras: a de se formar, ter uma carreira, ter independência financeira, poder viajar mais.
A vida segue dessa maneira, comumente vivendo o hoje na expectativa de algo que virá no futuro. E assim o futuro vem se tornando presente, o presente se tornando o passado em alta velocidade, e, quanto mais ocupamos nosso tempo, nossa vida, pensando apenas no amanhã, mais parece que nos falta algo.
Quem nunca se sentiu assim? E o que me impede de viver o que quero viver hoje? Muitas vezes já me vi imersa em pensamentos como:
▪ “Queria ter mais tempo”;
▪ “Queria ficar mais em casa”;
▪ “Queria passar mais tempo com a família”.
O que preciso fazer para conquistar o que almejo?
O ser humano se move por necessidade ou por estímulos, e, recentemente, a humanidade foi exposta a uma necessidade: ficar em casa!! Uma circunstância que alterou a rotina de muitas pessoas, conduzindo muitos a uma desaceleração drástica, impondo a adaptação e, por bem ou por mal, gerando algumas oportunidades.
Na primeira semana de isolamento social, observei o pensamento: “Agora vou ter o tempo que tanto almejava”. Para a minha surpresa, passada a primeira semana, identifiquei que não havia lido os livros que queria, não havia organizado as coisas que queria, e, além disso, me perguntei se havia aproveitado o tempo da melhor forma com a pessoa querida que vive comigo.
Foi um momento importante de reflexão para identificar que o que move minha
vida não é, necessariamente, o que está a minha volta, mas o que está dentro de mim.
O que me impediu de fazer o que realmente queria ter feito? Mesmo estando em casa e tendo tempo? Foram os “inimigos invisíveis”! Eles não podem ser vistos no microscópio, não são vírus, mas, sim, pensamentos que habitam minha mente. Identifiquei alguns “inimigos invisíveis” como: falta de vontade, distração, indisciplina e desordem.
Uma das frases mais comuns que escutei nesse momento de isolamento social foi: “É momento de olhar para si”. Mas como olhar para dentro de si?
Temos acesso e somos expostos a milhares de informações e conteúdos diariamente, e observo que raras vezes conseguimos ficar em silêncio sem precisar estar conectado a uma música, um vídeo, um filme, a uma rede social. Como olhar para dentro de mim, sem conseguir ficar só comigo mesma?
Há 15 anos, venho dedicando uma parte do meu tempo e da minha vida para conhecer a mim mesma, através do estudo da ciência Logosofia. Este estudo vem me oferecendo elementos e ferramentas para conhecer e explorar meu mundo interno. Foram esses conhecimentos que me permitiram identificar os pensamentos que estavam me impedindo de ser quem eu quero ser e de ser verdadeiramente dona do meu tempo.
Mas identificar os pensamentos é o primeiro passo, pois preciso substituir esses pensamentos mudando a minha conduta. Esse tem sido um estudo que tem preenchido verdadeiramente minha vida, tem me permitido ajustar a rota constantemente e me proporcionado viver uma vida mais consciente, mais feliz e mais plena.