No meu caso, comecei a praticar uma nova atividade física e, naturalmente, não tinha técnica, fundamento nem condicionamento necessários para tanto, o que me levou a me inscrever em uma aula.

Respondendo à minha pergunta, para praticar algo novo é necessário conhecimento, e eu tinha pouquíssimo acerca da atividade que propunha praticar.

Pois bem, na primeira aula, foram-me apresentados alguns movimentos, técnicas e fundamentos. E, desde aí, percebi que havia subestimado bastante o preparo físico que me seria requerido.

Ao final da primeira aula, estava muito entusiasmada e já me era claro que precisaria melhorar meu condicionamento. Após algumas aulas, percebi que não eram apenas o conhecimento técnico e o preparo físico que me eram necessários.

Respondendo ainda à minha pergunta, para praticar algo novo é necessário, também, um preparo mental. Digo isso porque, nas aulas subsequentes, eu me deparei com uma resistência mental enorme.

Resistência configurada não apenas pela falta de vontade — que, na minha realidade, é quase inata à tentativa de praticar qualquer atividade física —, mas também em relação a outras resistências habilmente disfarçadas.

Comecei a perceber que, durante a aula, eu era apossada de uma grande impaciência comigo mesma, quando não conseguia colocar em prática o que o professor tinha acabado de ensinar.

O pensamento que sugeria, “por que não consigo reproduzir o movimento que acabei de treinar?“, era apenas a primeira resistência mental que me amordaçava. Seguindo esta, vinha a vaidade: “o que o professor vai pensar de mim?“, junto à rigidez: ”estou tomando o tempo dele, o meu tempo, e não consigo avançar… que vergonha!“.

Analisando depois o fato, o que me chamou muito a atenção foi a resistência mental ter sido quase tão grande quanto a resistência física. Percebi que precisaria cultivar defesas mentais que não havia levado em conta até então.

A Logosofia denomina defesas mentais os pensamentos a serem disciplinados e adestrados a fim de atender a organização defensiva da mente, de modo a impedir a invasão daqueles pensamentos que perturbam a paz e a harmonia interna.

Passei a preparar esses pensamentos que retomariam meu propósito e restabeleceriam a paz e a harmonia interna perdidas durante a aula. Passei a convocar, conscientemente, pensamentos auxiliados pelas seguintes reflexões: ”como é possível aprender sem errar?“, “preciso aprender a respeitar a mim mesma, o meu tempo e o meu processo de aprendizado“, “o aperfeiçoamento não dá saltos, ele obedece a leis e a um processo“.

Algo mais sobre o qual refleti, ainda fruto desse pequeno fato, foi que me deparei com uma oportunidade de autoconhecimento, e que a conquista de virtudes e de pensamentos que protejam minha paz e harmonia interna não se dá de golpe.

É necessário um constante treinamento e capacitação mental. E as oportunidades, segundo tenho compreendido, me são oferecidas diariamente, por meio de situações simples, tais como a que narrei… A conquista está em depois, frente a circunstâncias mais complexas, já ter — como parte integrante de mim — virtudes e nobres pensamentos que favorecerão viver a vida de uma nova forma, com mais inteireza e valor.